Milton Maluhy, CEO do Itaú: ‘resultados sólidos são fruto da boa gestão e da agenda de digitalização’
Maluhy destacou ainda que o banco não deve alterar política de dividendos, mas tem premiado o acionista com o aumento do lucro por ação
O Itaú divulgou nesta segunda-feira o seu balanço para o primeiro trimestre do ano. O banco registrou lucro líquido recorrente de R$ 8,435 bilhões, o que representa alta de 14,6% em 12 meses. O resultado veio em linha com as projeções dos analistas. Porém, chamou a atenção do mercado o fato do lucro do Itaú ter, pela primeira vez, superado o desempenho dos dois principais rivais privados. Bradesco (R$ 4,280 bilhões) e Santander (R$ 2,140 bilhões) tiveram um lucro combinado de R$ 6,420 bilhões.
“Os resultados sólidos são fruto da boa gestão e da agenda de digitalização, transformação cultural e centralidade no cliente”, disse Milton Maluhy, CEO do Itaú. O executivo destacou a capacidade do banco de antever os riscos para o negócio, aliada às mudanças que estão em curso há quase dois anos, desde que assumiu como CEO, para tornar o Itaú mais eficiente, ágil e conectado com sua base de clientes.
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Na bolsa, as ações preferenciais do banco (ITUB4) fecharam em alta de 1,39%.
Sustentabilidade do resultado e política de dividendos
O Itaú vem apresentando resultados positivos nos seus últimos balanços. No acumulado do ano de 2022, o banco obteve um resultado recorrente gerencial de R$ 30,8 bilhões – o maior de sua história, um avanço de 14,5% ante 2021, e um ROE gerencial de 20,3%, 1 ponto percentual acima do ano anterior.
Sobre a perspectiva do banco continuar obtendo lucros crescentes, Maluhy foi ponderado. O CEO do Itau argumentou que 91% do resultado do banco vem do Brasil. “Há uma forte correlação entre o nosso resultado e as condições econômicas do país. É preciso que o país cresça”, disse.
Maluhy afirmou que as condições de capitalização são satisfatórias e que o banco está ‘sempre atento aos movimentos de mercado’ e que, portanto, não descarta oportunidades de aquisições eventuais.
Sobre a política de distribuição de lucro aos acionistas, Maluhy destacou que o banco não deve alterar sua política de dividendos, mas tem premiado o acionista com o aumento do lucro por ação.
Inadimplência
O Itaú manteve a inadimplência sobre controle neste trimestre com 2,93% na carteira de crédito. Sendo que a inadimplência de curto prazo (15 a 90 dias) correspondeu a 2,5% em março.
Maluhy apontou que a melhor expectativa para o banco é manter a taxa para os próximos trimestres, podendo haver variação de 10 bps (ou 0,1 ponto percentual) para mais ou menos, diante do tamanho da carteira.
Americanas
Sobre uma possível reversão das provisões realizadas com a Americanas (AMER3), Maluhy afirmou ser razoável esperar que entre 30 e 60 dias, neste segundo trimestre portanto, haja alguma evolução nas negociações com a varejista.
“Estamos confortáveis com nosso nível de provisão e seremos cautelosos em caso de qualquer reversão”, disse o executivo. O Itaú provisionou 100% de sua exposição com a varejista no balanço do quarto trimestre.
Crise bancária
Sobre a crise bancária que pairou sobre bancos regionais nos Estados Unidos e Europa, Maluhy destacou que houve um movimento específico, controlado rapidamente pelas instituições, e que não vê risco de contágio para o Brasil.