Magazine Luiza (MGLU3): Magalu Cloud pode impulsionar receita, aponta Itaú BBA
Serviço de nuvem próprio do Magazine Luiza (MGLU3) vai focar em infraestrutura para micro e pequenas empresas e pode afetar resultado em 2024
A nova divisão de serviços de nuvem do Magazine Luiza (MGLU3), a Magalu Cloud, tem potencial de melhorar as receitas da varejista a partir de cortes de gastos com servidores e infraestrutura. A avaliação consta em relatório do Itaú BBA. O efeito da nova operação do Magalu pode ter impacto positivo para a companhia já em 2024, mas depende da implementação bem-sucedida no mercado nacional.
O Magazine Luiza já começou a migrar sua operação de serviços para o Magalu Cloud. Cerca de 80% dos serviços prestados estão na nuvem e, segundo o relatório do Itaú BBA, a varejista conseguiu migrar 30% de sua base para esta nova divisão. A transferência levou a uma economia de 35% dos custos em armazenamento na nuvem. “O primeiro ano em que devemos observar o impacto desses cortes em uma base anual será 2024”, afirma o analista Thiago Macruz.
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Magazine Luiza (MGLU3): O que é o Magalu Cloud?
O Magazine Luiza (MGLU3) pretende investir pesado para abocanhar uma fatia do mercado de infraestrutura de nuvem. De acordo com Itaú BBA, a companhia gastou R$ 1 bilhão em serviços de nuvem durante uma década.
O novo produto do Magalu foi divulgado em um evento da própria companhia na terça-feira (12). O lançamento contou com a participação do CEO do Magazine Luiza, Frederico Trajano, e do diretor do Magalu Cloud, Christian Reis.
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De acordo com comunicado do Magazine Luiza, o objetivo do Magalu Cloud é prover serviços de infraestrutura em nuvem com dois polos computacionais: o primeiro na região da Grande São Paulo enquanto o segundo está localizado em Fortaleza (CE). “Ambas estão ativas e em constante expansão”, diz o comunicado.
O Itaú BBA aponta que uma das prioridades do Magazine Luiza (MGLU3) é transferir mais 50% de seus serviços para o Magalu Cloud até 2025. “Para além das considerações financeiras, ter um serviço de nuvem próprio permitirá ao Magazine Luiza tornar essa tecnologia mais acessível para micro e pequenos empreendedores com desafios para tirar proveito dessa tecnologia”, diz Macruz. Entre as barreiras, o analista cita “um investimento inicial alto, pagamentos deduzidos em dólar” e, por fim, a de idioma: assistência técnica e suporte em inglês.
Magalu vai focar mais no segmento dominado pela Amazon
Ainda de acordo com o relatório do Itaú BBA, entre 50% a 60% do investimento do Magalu Cloud será direcionado para a área de infraestrutura como serviço (IaaS, na sigla em inglês). Hoje, quem domina esse mercado no Brasil é a divisão de nuvem da Amazon, a AWS. O braço da gigante de e-commerce americana detém 62% da fatia de receita de mercado nacional no ramo.
É uma briga por um segmento bilionário: o setor de IaaS pode gerar uma receita de R$ 27,5 bilhões até 2025. Dessa fatia, serviços prestados a pequenos negócios gerariam faturamento de R$ 3,1 bilhões, enquanto médios empreendedores podem registrar receita de R$ 5,3 bi.
Assim, com a competição internacional acirrada, o Magazine Luiza (MGLU3) afirma que o Magalu Cloud oferece planos 70% a 30% mais baratos que concorrentes.
Entre os principais desafios que o Magalu deve enfrentar no lançamento do serviço, executivos do Magazine Luiza citaram a retenção de talentos em tecnologia. Eventuais quedas do Magalu Cloud podem causar o pagamento de multas ao Magazine Luiza, o que é um problema na visão do Itaú BBA.