M. Dias Branco (MDIA3) fecha com alta de mais de 12% após ‘resultados robustos’ no 1T2023

XP elevou recomendação para as ações, enquanto Santander projeta ano forte para a companhia

Salgadinho Piraquê, marca da M. Dias Branco (MDIA3). Foto: Divulgação
Salgadinho Piraquê, marca da M. Dias Branco (MDIA3). Foto: Divulgação

As ações da M. Dias Branco (MDIA3) fecharam com alta de 12,67%, cotadas em R$ 36,81, a maior valorização da B3 do pregão desta segunda-feira. A disparada dos papéis ocorre após a companhia superar expectativas do mercado com seus resultados de primeiro trimestre.

O lucro da dona das marcas Piraquê, Adria e Vitarella chegou a R$ 69,9 milhões entre janeiro e março, alta de 84,9% na comparação anual. Já as receitas cresceram 31,5% no comparativo anual, para R$ 2,48 bilhões.

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A administração da companhia destacou a alta de 23% no preço médio por quilo dos produtos, para R$ 6,2. O aumento de preços não reflete apenas o repasse da inflação do período.

Na opinião da XP, que elevou a recomendação das ações de neutro para compra, os números indicam um impulso forte nos resultados nos próximos trimestres e recuperação de margens nos próximos trimestres.

Com relação ao risco de queda de preços, os analistas dizem que a empresa consegue arbitrar preços em períodos de queda de preços de commodities, representando uma dinâmica de acréscimo de margens.

‘Ano forte

A M. Dias Branco entregou resultados robustos no primeiro trimestre, cerca de 5% acima do consenso, mas, o mais importante, divulgou informações de março que sugerem uma tendência forte para o segundo trimestre, diz o Santander, em relatório.

Os analistas Rodrigo Almeida e Laura Hirata destacam a alta na margem de lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda), impulsionado por custos mais baixos, preços mais altos e volumes mais fortes devido à sazonalidade. Eles escrevem também que a alavancagem caiu.

“Olhando adiante, mantemos nossa visão de que a M. Dias Branco deve entregar uma melhoria sequencial nos resultados, com os dados de março indicando forte Ebitda do segundo trimestre, como volumes sazonalmente maiores e custos mais baixos permitindo expansão de margem trimestral”, dizem eles.

O Santander tem recomendação de compra para as ações da M. Dias Branco, com preço-alvo de R$ 48.

‘Melhor margem e maior capital de giro’

A M. Dias Branco relatou resultados no primeiro trimestre em linha com as estimativas, com expansão da margem de lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) e consumo de caixa impulsionado pelo capital de giro, diz o Bank of America (BofA), em relatório.

Para os analistas Isabella Simonato e Guilherme Palhares, a margem Ebitda melhorou devido a custos unitários menores, com alta de preços de biscoitos e massas, mantendo preços competitivos. Por outro lado, o fluxo de caixa livre foi ligeiramente negativo devido ao consumo de capital de giro acima do esperado.

Segundo eles, os preços da M. Dias Branco subiram 24% em relação ao ano anterior, enquanto os preços da indústria cresceram 18%, indicando que a empresa vem superando o tíquete médio do setor, ao mesmo tempo em que está ganhando participação em receita e volume em massas por ter um desempenho de preço semelhante ao de seus pares.

Os analistas destacam ainda que o crescimento do volume pode ser prejudicado pela concorrência à medida que os preços do trigo diminuem, enquanto as reformas tributárias são os principais riscos.

O BofA tem recomendação de venda para as ações da M. Dias Branco, com preço-alvo de R$ 26.

‘Indicadores favoráveis’

O BB Investimentos elevou o preço-alvo de M. Dias Branco de R$ 40 para R$ 42. As analistas Mary Silva e Melina Constantino escrevem que a companhia apresentou uma combinação de indicadores favoráveis no primeiro trimestre, com aumento de preços médios e expansão nos volumes contribuindo para faturamento recorde.

Além disso, o banco destaca que o movimento sequencial de maior controle nos custos e despesas impulsionou as margens da M. Dias Branco e seu Ebitda nos primeiros três meses do ano.

A tendência de queda nos preços das commodities agrícolas, como trigo, além da apreciação recente do real, devem ajudar ainda mais a companhia a melhorar sua rentabilidade, aumentando sua participação em produtos com maior valor agregado.

“A M. Dias Branco tem trabalhado nos últimos anos para que o aumento de preços médios continue acontecendo mais através do mix favorável de vendas e menos através de reajustes de preços de forma massificada”, afirma o banco.

A Inteligência Financeira é um canal jornalístico e este conteúdo não deve ser interpretado como uma recomendação de compra ou venda de investimentos. Antes de investir, verifique seu perfil de investidor, seus objetivos e mantenha-se sempre bem informado.


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