Lucro do Santander (SANB11) Brasil cai 43,5% no 2º tri, com menos crédito e mais calotes

Banco emprestou menos a grandes empresas, mas viu possibilidade de aumento no crédito na segunda metade de 2023

Fachada do Banco Santander (SANB11). Foto: Beata Zawrzel/NurPhoto/Reuters
Fachada do Banco Santander (SANB11). Foto: Beata Zawrzel/NurPhoto/Reuters

O Santander Brasil (SANB11) teve queda no lucro do segundo trimestre, com leve retração na carteira de crédito e aumento do índice de inadimplência.

A franquia do banco espanhol Santander no país anunciou nesta quarta-feira (26) que seu lucro recorrente, que exclui efeitos extraordinários, foi de R$ 2,309 bilhões entre abril e junho.

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Isso equivale a uma queda de 43,5% em relação a igual período de 2022.

O banco fechou junho com uma carteira de crédito total de R$ 499,3 bilhões, retração de 0,2% em relação a março, embora tenha crescido 6,57% em 12 meses.

Menos crédito a empresas

Esse desempenho foi prejudicado sobretudo pelos empréstimos a grandes empresas, que caiu 1,4% em três meses, num período marcado por maior cautela dos bancos nesse setor, após grandes empresas como Americanas e Light entrarem em recuperação judicial.

O índice de inadimplência acima de 90 dias do Santander Brasil foi de 3,3% no trimestre, leve alta em relação aos 3,2% do trimestre imediatamente anterior e também acima dos 2,9% de um ano antes.

A provisão do banco para perdas esperadas com inadimplência, de R$ 5,98 bilhões, foi 4,1% maior no comparativo anual.

Maior margem no crédito para clientes

Mesmo com a carteira de empréstimos praticamente estável, o banco teve maior margem no crédito a clientes, que subiu 0,7% na medição sequencial, refletindo o foco do Santander em linhas mais lucrativas.

Porém, o grupo voltou a ter resultado negativo em sua tesouraria, de R$ 843 milhões, ainda que a perda tenha sido 28% menor em relação ao trimestre anterior.

A rentabilidade sobre o patrimônio líquido, que mede como um banco remunera o capital de seus acionistas, ficou em 11,2% no trimestre, leve recuperação sequencial, mas uma queda forte ante os 20,8% de um ano antes.

No documento, o presidente-executivo do Santander Brasil, Mario Leão, afirmou que os resultados mostram o começo dos efeitos positivos da maior seletividade de crédito implementada desde o fim de 2021.

“(Isso) permite um viés de melhora no custo do crédito ao longo de 2023 e aumenta nossa capacidade de retomar o crescimento”, escreveu Leão.

Fraco como esperado

Em relatório, o Itaú BBA avaliou que o resultado do Santander Brasil veio fraco como esperado e manteve a recomendação underperform (abaixo da média) para as ações do banco.

Segundo o BBA, o Santander terá dificuldades para acelerar o crédito no curto prazo. Mas ressaltou a melhora nos indicadores de curto prazo da inadimplência.

Por fim, Pedro Leduc, que assina o relatório, afirmou que os números do Santander devem ser vistos como uma sinalização para todo o setor bancário, incluindo o crescimento modesto da carteira de empréstimos, spreads sob pressão, mas com melhores dados de inadimplência.

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