Lucro do Bradesco (BBDC4) cai 36% no 2° tri; perdas com calotes quase dobram

Banco encolheu empréstimos e mudou previsões para 2023, mas viu melhora de curto prazo na qualidade da carteira

Agência do Bradesco na Avenida Paulista. Foto: Nilton Fukuda/Estadão Conteúdo
Agência do Bradesco na Avenida Paulista. Foto: Nilton Fukuda/Estadão Conteúdo

O Bradesco (BBDC4) teve queda do lucro no segundo trimestre, uma vez que as provisões para perdas com calotes quase dobraram, refletindo novo aumento da inadimplência.

O segundo maior banco privado do país anunciou nesta quinta-feira que seu lucro de abril a junho somou R$ 4,518 bilhões, queda de 35,8% ante mesma etapa de 2022.

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Numa mão, a carteira de crédito do Bradesco fechou junho em R$ 868,7 bilhões, aumento de apenas 1,6% em 12 meses.

Em relação a março, o estoque de financiamentos do banco teve queda de 1,2%, com o banco emprestando menos tanto para empresas quanto para pessoas.

Isso teve impacto na margem financeira, que mede quanto um banco tem entre o que paga para captar recursos e o que cobra dos clientes.

Na comparação anual, essa linha teve aumento de 1,2%, mas caiu 0,6% na base sequencial.

Em outra frente, as receitas com tarifas e serviços, de R$ 8,756 bilhões, foram 2,5% menores do que um ano antes.

Inadimplência em alta

E a qualidade da carteira de crédito voltou a piorar, com o índice de inadimplência acima de 90 dias chegando a 5,9%, um salto de 2,4 pontos percentuais no comparativo anual.

Em relação a março, a alta desse índice foi de 0,8 ponto.

O Bradesco afirmou que essa evolução “traduz o atual momento do ciclo de crédito”, mas salientou que houve uma “melhora significativa na inadimplência das novas safras”.

Como consequência, a provisão do Bradesco para perdas esperadas com calotes somou R$ 10,3 bilhões, montante 94,2% maior do que no segundo trimestre de 2022.

Esse conjunto levou o retorno sobre o patrimônio líquido, que mede como um banco remunera o capital de seus acionistas, a 11,1%, queda de 7,1 pontos percentuais ano a ano.

Porém, esse índice melhorou em relação aos 10,6% do primeiro trimestre deste ano.
Um ponto positivo do balanço foi a melhora da performance na tesouraria.

A chamada margem com o mercado ficou negativa em R$ 96 milhões, mas foi muito melhor do que a perda de R$ 587 milhões um ano antes.

Mudanças

Diante dos resultados até junho, o Bradesco revisou suas estimativas de desempenho para o acumulado de 2023.

A previsão do banco para crescimento de sua carteira de crédito, que era de 6,5% a 9,5%, passou para a faixa de 1% a 5%.

Já para a margem financeira total, a previsão de 7% a 11% passou para 2% a 6%.

Em contrapartida, o Bradesco prevê agora que seus resultados do negócio de seguros cresçam de 21% a 25%, ante previsão anterior, de alta de 6% a 10%.

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