Live IF: Mara Luquet avalia os próximos passos que o investidor precisa acompanhar da crise da Americanas
Expectativa de batalha judicial deve voltar a mexer com as ações e o preço das debêntures da varejista
A Inteligência Financeira realizou, nesta segunda-feira (16), live com a colunista Mara Luquet para analisar as novas informações sobre o rombo bilionário na Lojas Americanas (AMER3). Esta será uma semana de batalha judicial entre a varejista e seus bancos credores.
Os desdobramentos vão impactar não só as ações da empresa, mas também o preço das suas debêntures que estão em mercado.
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A Americanas obteve na Justiça uma decisão que concede à companhia um prazo de 30 dias para se preparar para pedir a recuperação judicial, sem cobranças dos credores. A medida, chamada de “tutela de urgência cautelar preparatória”, é incomum, mas legal.
Os bancos credores se movimentaram e um primeiro recurso foi impetrado pelo BTG Pactual. O banco tem R$ 1,9 bilhão a receber da empresa.
O episódio do rombo de R$ 20 bilhões no balanço da empresa fez com que as ações da Americanas tivessem uma perda acumulada de cerca de R$ 8 bilhões no acumulado dos últimos dois dias na semana passada. Na quinta-feira, 12, as ações caíram 77,3% e no dia seguinte uma alta de 15,81%.
Os fundos de ações não foram os mais impactados, apesar da dimensão das perdas no valor das ações. Salvo casos muito específicos, a maior parte não tinha concentração desses papéis em carteira.
Foram os fundos de renda fixa e multimercados, os que têm debêntures da empresa em carteira, os mais afetados. Cotas desses fundos chegaram a oscilar negativamente de 0,5% a 1% no dia. A empresa tem muitas dívidas com bancos e debenturistas.
Nessas situações se cria um comitê de credores (bancos, debenturistas) para montar uma solução global. A expectativa é de que os acionistas vão fazer uma capitalização da empresa, mas condicionarão este aporte a um corte da dívida.
Lições para investidores: observe se a empresa tem covenants (regras que disciplina o tamanho do endividamento e que podem disparar vencimento antecipado das dívidas). Se não tiver “fique esperto”. Se tiver, atenção para quão rígida ou flexível é a regra. O evento serve para lembrar que mesmo empresas com bom rating podem ter problemas de crédito.