LinkedIn retira veto e passa a permitir anúncios de vagas afirmativas no Brasil

A empresa foi alvo de críticas nas redes sociais após derrubar vaga que dava preferência de contratação a candidatos negros e indígenas

Foto: Pixabay
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O LinkedIn anunciou que atualizou a sua política global de anúncio de vagas e passará a permitir, em países como o Brasil, a divulgação de publicações que “expressem preferência por profissionais de grupos historicamente desfavorecidos”.

“No Brasil, agora são permitidas vagas afirmativas, inclusive para pessoas negras e indígenas”, afirmou a empresa por meio de nota divulgada nesta tarde. A atualização veio após uma polêmica envolvendo a empresa na semana passada, quando foi divulgado que ela derrubou um anúncio de vaga de emprego que dava preferência de contratação a candidatos negros e indígenas.

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A vaga tinha sido aberta pelo Laut (Centro de Análise da Liberdade e do Autoritarismo), mas o LinkedIn considerou na ocasião que o anúncio seria discriminatório. Sua política de vagas até aquele momento, afirmou a empresa ao responder questionamentos no Twitter, não permitia que “se excluam ou demonstrem preferência por profissionais”, uma restrição que valia “para qualquer característica como idade, gênero, raça, etnia, religião ou orientação sexual”.

Seguir uma política global que não leva em conta o contexto de ações afirmativas no Brasil, uma agenda das empresas para aumentar a diversidade no mundo corporativo e a legitimação, por parte do Supremo Tribunal Federal (SFT), de ações afirmativas e processos seletivos inclusivos (como da Magalu, para trainees negros) gerou repercussão no mercado e levou à mobilização de grupos empresariais comprometidos com a promoção da diversidade, equidade e inclusão. No dia 23 de março, o Procon-SP notificação a empresa pedindo explicações e, no dia 24, organizações protocolam ação contra LinkedIn pedindo R$ 10 milhões por danos morais coletivos.

Na nota divulgada nesta terça-feira, o LinkedIn enviou o link com a atualização de sua política de anúncios de vagas. O texto agora diz que “em países onde exista uma jurisdição onde isso [criar anúncios afirmativos, que favoreçam determinados candidatos ou grupos] seja legalmente aceito, o LinkedIn pode permitir anúncios cuja linguagem expresse preferência por pessoas de grupos historicamente desfavorecidos em processos de contratação naquele local”.

A empresa termina a nota afirmando que “agradece o feedback” do mercado e de sua comunidade no país e que “fazer a coisa certa é importante”. Questionada pelo Valor se a solicitação do Procon-SP foi respondida no prazo, a empresa afirmou que “está trabalhando com as autoridades para fornecer uma resposta”.

 

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