Lagarde, do BCE, reafirma que corte de juros deve vir antes de inflação bater meta, mas vê pressões elevadas

Banco Central Europeu manteve as principais taxas de juros inalteradas pela quarta vez consecutiva

Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu (BCE). Foto: Divulgação/European Parliament
Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu (BCE). Foto: Divulgação/European Parliament

A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, reafirmou nesta quinta-feira (7) que o corte de juros na zona do euro virá antes que a inflação bata a meta de 2% da instituição, mas também renovou a cautela sobre o quadro. O BCE mantém a postura de que primeiro precisa ter mais certeza de que a inflação caminha para atingir a meta, para apenas então reduzir as taxas.

Ela disse que na reunião desta quinta-feira, na qual o BCE manteve as principais taxas de juros inalteradas pela quarta vez consecutiva, não foi discutido corte de juros.

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Durante entrevista coletiva, Lagarde disse ver o BCE “próximo” de atingir sua meta, “mas ainda não chegamos lá”. Ela vê pressões inflacionárias ainda elevadas, e enfatizou que o BCE não pretende desviar da meta de inflação em 2% no longo prazo. Além disso, Lagarde destacou que as expectativas de inflação seguem ancoradas “em torno de 2%”.

Na coletiva, a presidente do BCE afirmou que não se comprometeria com o ritmo dos cortes ou dos ajustes na política monetária.

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Lagarde e os demais dirigentes têm enfatizado que reagirão aos dados e ao quadro, a cada reunião. Ainda na avaliação da dirigente, os lucros das empresas têm reduzido os impactos do aumento nos custos da mão de obra.

Há progresso, mas não o suficiente

A presidente do Banco Central Europeu afirmou que “há progresso” na desaceleração inflacionária na zona do euro, mas “não o suficiente”. Lagarde disse que o BCE “está pronto para ajustar as taxas, se necessário”, mas acrescentou que mais evidências são necessárias, o que será possível apenas em junho, diante de novas projeções.

Ela ressaltou que o BCE não mudará de opinião com base apenas em um único dado, mas olha o quadro geral.

A presidente do BCE disse que os preços de energia continuam a cair, porém em ritmo menor. E mencionou riscos de alta à inflação, como as tensões geopolíticas atuais. A política monetária atual tem mantido as condições financeiras apertadas, notou, mas a queda na inflação e o aumento salarial ampliarão a renda real, o que apoiará a retomada econômica, previu.

No atual quadro, a inflação doméstica é “majoritariamente” composta pelos preços em serviços, destacou Lagarde.

Ela também disse que o BCE monitora de perto o avanço dos salários e dos lucros, para confirmar se há moderação no quadro, o que contribuiria para a busca da meta de inflação em 2%.

Atividade

A presidente do Banco Central Europeu afirmou também que a economia da zona do euro “continua fraca”, com consumidores segurando gastos. Ela destacou que ocorreram perdas na demanda e na competitividade na região da moeda comum, mas acrescentou que se nota uma recuperação.

Lagarde diz esperar crescimento na demanda por exportações europeias, e voltou a defender uma implementação “sem atrasos” do arcabouço fiscal da União Europeia.

Na coletiva à imprensa, ela também informou que o BCE prepara um novo comunicado sobre os avanços na discussão sobre a união do mercado de capitais da UE.

Com informações do Estadão Conteúdo

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