Juros futuros abrem em queda e dólar recua seguindo enfraquecimento da moeda no exterior

Derrocada dos preços do petróleo nos mercados internacionais está entre os destaques da terça

Neste semestre, o dólar sofreu uma queda de 9,27%, a maior em sete anos. (Foto: Pixabay)
Neste semestre, o dólar sofreu uma queda de 9,27%, a maior em sete anos. (Foto: Pixabay)

A derrocada dos preços do petróleo nos mercados internacionais neste início de semana ajuda a aliviar a pressão na curva de juros futuros e as taxas abriram o pregão de terça-feira em queda. Já o dólar comercial operava em queda nos primeiros negócios refletindo o enfraquecimento da moeda no exterior, enquanto a cautela marcava o ambiente externo em meio ao crescimento dos casos de covid-19 na China.

Por volta de 9h30, a taxa do contrato futuro de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023 cedia de 13,29% no ajuste anterior para 13,155%; a do DI janeiro de 2024 diminuía de 13,22% para 13,05%; a do DI janeiro de 2025 tinha queda de 12,68% para 12,49%; e a do DI janeiro de 2027 recuava de 12,50% para 12,31%.

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O recuo dos juros globais também contribuía com o alívio na curva a termo, já que os rendimentos do título do Tesouro americano (Treasuries) de dez anos caíam de 2,144% para 2,109% com o clima negativo para ativos de risco no exterior e busca por segurança. No mercado de títulos soberanos, os juros e os preços dos papéis caminham em sentidos opostos.

Já o dólar comercial operava em queda de 0,40%, cotado a R$ 5,0991 no mercado de câmbio à vista, acompanhando a dinâmica vista entre emergentes. No mesmo horário, frente a pares do real, a moeda americana tinha baixa de 1,1% contra a lira turca e de 0,2% em relação ao peso mexicano, enquanto subia 0,3% ante o rand sul-africano.

Apesar da surpresa positiva com os dados da economia chinesa de janeiro e fevereiro, o Bradesco nota que o aumento dos casos de infecção por covid-19 no país traz temores de que a economia local volte a arrefecer, contaminando o humor dos ativos no exterior. Nos primeiros dois meses do ano, a produção industrial avançou 7,5% na comparação interanual, enquanto as vendas no varejo cresceram 6,7% na mesma métrica, ambos acima das expectativas do mercado.

De outro lado, em um contexto de deterioração das condições econômicas chinesas devido ao coronavírus, com eventual queda da produção industrial e aumento dos gargalos logísticos, “a pressão inflacionária global pioraria”, observa o banco brasileiro. Deste modo, os índices acionários chineses sofreram perdas robustas no pregão desta madrugada e caíram até 5%. As bolsas europeias e os índices futuros de Nova York até aqui seguem o tom negativo da Ásia e operam em baixa.

Já com a piora do cenário de covid no gigante asiático, os preços do petróleo derretiam até 8% no mercado internacional e o contrato para abril do West Texas Intermediate (WTI), referência americana de cotação, voltava a indicar o barril abaixo de US$ 100, a US$ 95 no momento.

“A queda nos preços do petróleo e do gás sugere uma normalização da atual perturbação em ambos os mercados causada pela guerra”, dizem os estrategistas globais de juros do Rabobank, Richard McGuire e Lyn Graham-Taylor, em relatório diário.

Apesar do ajuste importante nos preços do petróleo nas últimas duas sessões, o desenvolvimento da guerra na Ucrânia permanece no radar dos agentes financeiros. Na medida em que a Rússia prossegue o bombardeio de Kiev e a luta nas periferias da cidade se intensifica, líderes de Polônia, República Tcheca e Eslováquia devem se encontrar com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky. O grupo de líderes do governo da Europa Central que visita Kiev oferecerá um amplo pacote de apoio à Ucrânia, disse o governo polonês.

Com Valor PRO, serviço de informação em tempo real do Valor Econômico

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