Itaúsa (ITSA4) vai manter vendas de participação na XP, diz Alfredo Setubal

A holding que controla o Itaú Unibanco ainda tem 6,6% de capital da XP

Alfredo Setubal, presidente da Itaúsa — Foto: Ana Paula Paiva/Valor
Alfredo Setubal, presidente da Itaúsa — Foto: Ana Paula Paiva/Valor

A Itaúsa (ITSA4) vai continuar a vender fatias de sua participação na XP, segundo o CEO da holding, Alfredo Setubal, em teleconferência com analistas referentes aos resultados do 4º trimestre de 2022. De acordo com o executivo, “a XP continuará sendo um recurso líquido para a Itaúsa”.

“Ainda temos 6,6% de capital da empresa [XP] e, nas próximas vendas, a intenção é continuar desalavancando a holding em busca de mantermos um perfil adequado de endividamento”, disse.

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Setubal pontuou que os recursos obtidos com as alienações de ações da XP ajudaram em várias frentes. Parte foi destinada a pagar proventos para os acionistas em janeiro de 2022. Um fatia de R$ 800 milhões foi agregada ao “follow-on” (oferta subsequente de ações) da Alpargatas, de R$ 2,5 bilhões. Além disso, outro R$ 1,5 bilhão compôs parte dos recursos da compra de 10% do capital da CCR. O restante foi usado para o pré-pagamento de quase R$ 2 bilhões em debêntures em dezembro de 2022.

As vendas realizadas entre 2021 e 2022 totalizaram quase 9% do capital da XP, dos 15% detidos anteriormente. “Essa alienação resultou em mais de R$ 5,9 bilhões no caixa.”

Conforme a CFO da Itaúsa, Priscila Grecco, em 2022, o resultado próprio da Itaúsa totalizou R$ 1,9 bilhão. “Houve um ganho muito grande devido à venda de ações da XP, que acarretou também na ampliação das despesas com tributos”, afirmou a executiva.

A holding vai distribuir R$ 4 bilhões em proventos líquidos relativos ao resultado de 2022, apontou Grecco. “Houve um aumento de 12% em relação a 2021”, disse. Do total, R$ 2,6 bilhões já foram pagos e outra parcela de R$ 1,4 bilhão será distribuída neste ano.

A Itaúsa controla o Itaú Unibanco e as empresas Dexco (ex-Duratex) e Alpargatas. No ano passado, a holding registrou lucro líquido de R$ 13,67 bilhões, com alta anual de 12%. O lucro líquido recorrente somou R$ 13,7 bilhões, com avanço de 14% ante 2021.

No quarto trimestre, o lucro líquido alcançou R$ 3,32 bilhões, com uma queda de 19,3% ante os R$ 4,11 bilhões reportados no mesmo período de 2021. O lucro líquido recorrente no período somou R$ 3,36 bilhões, também 19% menor que o registrado um ano antes.

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