IRB (IRBR3) fixa preço por ação em R$ 1 em oferta restrita e levanta R$ 1,2 bilhão
O valor ficou abaixo da cotação de fechamento do papel da companhia no pregão de quinta-feira na B3, de R$ 1,40
O IRB Brasil Resseguros (IRBR3) informou que fixou em R$ 1,00 o preço por ação no âmbito de sua oferta pública restrita subsequente de ações (“follow-on”), e aprovou o aumento de capital de R$ 1,2 bilhão, com a emissão de 1,2 bilhão de novas ações ordinárias. O preço ficou abaixo da cotação de fechamento da ação do IRB no pregão desta quinta-feira (1) na B3, de R$ 1,40.
A oferta já previa que o aumento do capital seria limitado a R$ 1,2 bilhão. Com o “follow-on”, o novo capital social da companhia passou a ser de R$ 5.453.080.000,00, dividido em 2.467.890.331 ações ordinárias e uma ação preferencial de classe especial de titularidade da União (“golden share”), conforme o fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). As ações da oferta restrita passarão a ser negociadas na B3 a partir de 5 de setembro, com liquidação física e financeira em dia 6 de setembro.
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A Guide Investimentos destaca que o número de ações emitidas significa um lote adicional de mais de 100% da oferta inicial de 598 milhões de ações, consumindo metade do limite do lote adicional, que era de até 200% do tamanho da oferta inicial. Para o analista Rodrigo Crespi, o impacto é negativo para a companhia.
“Visto o preço por ação no mercado de R$ 1,40, a entrada dessas novas ações a R$ 1 pode significar um volume relevante de venda a mercado, gerando uma sobrevenda, ou até mesmo uma tendência negativa dos preços de mercado a se adequar ao preço das novas ações antes da sua efetiva liquidação para os investidores”, afirma o analista da Guide, em relatório. “Com o valor, a companhia conseguirá se adequar das exigências de capital e provisão pelo regulador, porém com uma margem pequena para novos investimentos”, acrescenta.
A oferta subsequente faz parte de um plano que o IRB Brasil entregou para a Superintendência de Seguros Privados (Susep) para equacionar o desenquadramento regulatório que passou a existir no fim do segundo trimestre, afirmou o CEO do ressegurador, Raphael de Carvalho, durante teleconferência de resultados.
O plano prevê ainda a realização de operações estruturadas de retrocessão, um tipo de transferência de riscos para outras organizações, o que ajuda a reduzir a exigência de capital regulatório. Também faz parte da estratégia a venda de ativos imobiliários e participações societárias.
Também nesta semana, o IRB-Brasil Resseguros informou que fez acordo extrajudicial com as empresas proprietárias e controladoras do empreendimento Casashopping, no Rio de Janeiro, resolvendo uma pendência de quase 20 anos. Pelo acordo, essas empresas se comprometeram pagar R$ 100 milhões à companhia, com o objetivo de encerrar as ações judiciais entre as partes, bem como vender a participação imobiliária do IRB no empreendimento.