Lançamento do iPhone 14: Apple aposta nas versões mais caras para manter bons resultados
Lançamentos da Apple sempre agitam o mercado; Apple segue apostando nas versões mais caras para impulsionar resultados
As ações da Apple fecharam a sexta-feira (2) em trajetória de alta, fechando a semana anterior ao lançamento do iPhone 14 com boas perspectivas. A versão mais cara do aparelho deve ser o foco na apresentação do novo produto, que será lançado na próxima quarta (7).
As maiores mudanças no iPhone estão planejadas para as versões Pro. Espera-se que esses modelos tenham câmeras mais potentes e melhor desempenho de vídeo e recebam o novo chip A16 da Apple, segundo fontes que acompanham de perto os planos da empresa americana.
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Apple na contramão
Diante de uma desaceleração global na venda de celulares no mundo, os aparelhos mais caros têm ajudado a Apple a impulsionar suas vendas e lucros, que foram recordes nos últimos dois anos, quando a gigante da tecnologia apresentou seus primeiros iPhones com capacidade para 5G no final de 2020.
Os modelos Pro da empresa — as versões de tela de 6,1 e 6,7 polegadas — ajudaram a impulsionar os resultados desde 2020. Essas versões, que custam a partir de US$ 200 a mais do que a oferta básica, estão prontas para receber algumas das atualizações mais notáveis no próximo lançamento.
Ainda assim, a perspectiva é a de que o próximo ciclo dos iPhones seja mais evolucionário do que revolucionário.
A questão entre muitos investidores é quanto tempo pode durar a demanda — que atingiu níveis recordes — para o iPhone durante a incerteza em torno da economia e o aumento dos preços.
O evento de lançamento do dia 7 será o primeiro presencial desde o início da pandemia de covid-19 incluirá repórteres na sede da empresa em Cupertino, Califórnia, e será transmitido simultaneamente por meio de seu site a partir das 14h (no horário de Brasília) em Nova York.
Adesão ao 5G
A Apple continua confiante de que pode crescer impulsionada pela adesão global à tecnologia 5G. “Em todo o mundo, a penetração do 5G ainda é baixa”, disse Tim Cook, diretor-presidente da Apple, a analistas em julho. “Eu acho que há motivos para ser otimista”, completou o executivo.
Até agora, a Apple resistiu a um declínio em todo o segmento de smartphones, que caiu quase 9% no último trimestre em comparação com o ano anterior, de acordo com a empresa de pesquisa International Data Corporation.
Foco nos mais caros
Durante o primeiro semestre, o grande destaque dos mercados foi o smartphone com preço acima de US$ 900, de acordo com a Counterpoint Research.
Desde a chegada dos telefones 5G no final de 2020, os compradores dos Estados Unidos estão gastando mais por seus iPhones, optando pelos modelos Pro, mais caros, e gastando mais para adicionar mais armazenamento no dispositivo, o que permite que mais fotos e vídeos com muitos dados sejam mantidos no telefone.
“Esse mix de telefones ficou mais premium nos últimos anos”, disse Josh Lowitz, cofundador da Consumer Intelligence Research Partners. “Para mim, isso não foi previsto.”
Continuar a vender celulares mais caros pode ajudar a Apple a aumentar a receita.
Os celulares 5G impulsionaram o crescimento unitário estimado de 27% no ano fiscal de 2021, segundo a FactSet. A Apple não divulga vendas unitárias.
Aumento de receitas
Na média, analistas esperam que a receita do iPhone aumente 6,7% para um recorde de US$ 204,9 bilhões neste ano fiscal, que termina em setembro, seguido por um aumento esperado de 2,7% no ano fiscal de 2023.
