IPCA-15 sobe 0,39% em junho, resultado abaixo do esperado

Em 12 meses, o IPCA-15 ficou em 4,06% em junho, ante 3,70% no número registrado até maio

Inflação de alimentos deve fechar 2023 perto de 0% após subir mais de 13% em 2022. Foto: Agência Brasil/Arquivo
Inflação de alimentos deve fechar 2023 perto de 0% após subir mais de 13% em 2022. Foto: Agência Brasil/Arquivo

Prévia da inflação oficial no país, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) subiu 0,39% em junho, após alta de 0,44% em maio, informou nesta quarta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em junho de 2023, o IPCA-15 tinha subido 0,04%.

Todo o período de coleta de preços do IPCA-15 se deu já com efeito das enchentes no Rio Grande do Sul. Afinal, as fortes chuvas que atingiram a região começaram em 27 de abril e ficaram mais intensas no início de maio. E o período de coleta foi de 16 de maio a 14 de junho.

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IPCA-15 de junho abaixo da mediana

O resultado do IPCA-15 de junho ficou abaixo da mediana das 33 projeções de analistas de consultorias e instituições financeiras consultados pelo Valor Data, que estimavam alta de 0,43% em maio. O intervalo das estimativas era, portanto, de alta entre 0,30% a 0,51%.

O grupo de alimentação e bebidas foi a principal influência para a alta do IPCA-15 em junho, com variação de 0,98% e impacto de 0,21 ponto percentual.

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Além disso, em 12 meses, o IPCA-15 ficou em 4,06% em junho, ante 3,70% no número registrado até maio. O resultado ficou abaixo da mediana das estimativas do Valor Data, que era de 4,10%, com intervalo entre 3,97% a 4,19%. A meta de inflação perseguida pelo Banco Central (BC) para 2024 é de 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para baixo ou para cima.

Das nove classes de despesas usadas para cálculo do IPCA-15, vestuário saiu de avanço de 0,66% para 0,30% entre maio e junho. O mesmo comportamento foi observado, aliás, em saúde e cuidados pessoais (de 1,07% para 0,57%), educação (de 0,11% para 0,05%), e comunicação (de 0,18% para 0,17%). Transportes mudaram de direção (de 0,77% para -0,23%).

Com avanços mais marcados, apareceram alimentação e bebidas (de 0,26% para 0,98%), habitação (de 0,25% para 0,63%) e despesas pessoais (de 0,18% para 0,25%). Enquanto isso, artigos de residência reduziram o ritmo de queda (de -0,44% para -0,01%).

O IPCA-15 é uma prévia do IPCA, calculado com base em uma cesta de consumo típica das famílias com rendimento entre um e 40 salários-mínimos, abrangendo nove regiões metropolitanas, além de Brasília e do município de Goiânia. A diferença em relação ao IPCA está no período de coleta e na abrangência geográfica.

Difusão

A prévia da inflação oficial brasileira se espalhou mais pelos itens que compõem o IPCA-15 em junho. O chamado Índice de Difusão, que mede a proporção de bens e serviços que tiveram aumento de preços no período, subiu para 56,9% neste mês, vindo de 55,3% na prévia de maio e atingindo maior percentual desde fevereiro (60,5%), segundo cálculos do Valor Data considerando todos os itens da cesta.

Sem alimentos, um dos grupos considerados mais voláteis, o indicador mostrou menor abrangência das altas de preços, de 58,5% para 57,6%.

Núcleos

A média dos cinco núcleos do IPCA-15 monitorados pelo Banco Central desacelerou de 0,31% em maio para 0,34% em junho, segundo cálculos da MCM Consultores.

No acumulado em 12 meses, a média dos cinco núcleos teve um leve ajuste, de 3,50% para 3,49%.

A meta de inflação anual perseguida pelo BC é de 3% em 2024, 2025 e 2026, sempre com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual, para cima ou para baixo.

Com informações do Valor Econômico

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