IPCA-15 de julho: como o mercado reagiu?
Apesar da desaceleração para 0,13%, Luciana Rabelo, economista do Itaú Unibanco, diz que não há motivos para comemorar.
O IBGE divulgou, nesta terça-feira (26), o IPCA-15 de julho de 2022. O indicador ficou em 0,13% em julho, 0,56 ponto percentual abaixo do de junho (0,69%). Essa é a menor variação mensal do IPCA-15 desde junho de 2020, quando havia ficado em 0,02%. A expectativa era de que ficasse em 0,16%.
No ano, o IPCA-15 acumula alta de 5,79%. Ao passo que em 12 meses, atinge 11,39%. Em julho de 2021, a taxa foi de 0,72%.
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“O IPCA-15 de julho veio abaixo das expectativas do mercado, mas quando a gente olha a abertura do número, ainda não vê motivo para comemorar”, diz Luciana Rabelo, economista do Itaú Unibanco.
O dado de inflação é acompanhado com atenção pelo mercado, uma vez que influencia diretamente nos preços e também nos juros dos investimentos.
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Alívio e pressão no IPCA-15 de julho
Como esperado, a maior queda foi dos preços do grupo de transportes, de 1,08%, por causa da desoneração do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) sobre os combustíveis. Depois, vieram os preços de habitação, que recuaram 0,78%.
“Quando a gente olha a abertura desse número, o que puxou para baixo o resultado foram os preços administrados. Eles sofrem impacto de redução de alíquotas, que é o caso da energia elétrica e da gasolina”, explica a economista. Em comparação, os setores como serviços e indústria seguem muito pressionados, complementa.
Rabelo também destaca a alta do leite longa vida, o maior impacto individual no índice do mês, com 0,18 p.p no IPCA-15. No ano, a variação acumulada do produto chega a 57,42%. As frutas, que haviam tido queda de 2,61% em junho, subiram 4,03%, enquanto o feijão-carioca avançou 4,25% e o pão francês, 1,47%.
Expectativa para o IPCA de julho
Portanto, para as próximas divulgações, Rabelo espera um cenário de bastante incerteza, devido às consequências do repasse das medidas de redução tributária sobre energia elétrica, combustíveis e telecomunicação.
“Então, mesmo que para julho a gente espere uma deflação, ou seja, um resultado negativo para o IPCA, ele vai ser explicado principalmente por essas medidas”, analisa a economista.