Gasolina, reajustes escolares e TV por assinatura pesam e IPCA acelera a 0,83% em fevereiro

Índice veio acima do esperado pelo mercado financeiro; taxa em 12 meses agora está em 4,50%

Bomba de combustível. Foto: Adriano Machado/Reuters
Bomba de combustível. Foto: Adriano Machado/Reuters

O IBGE informou nesta terça-feira (12) que o IPCA subiu 0,83% em fevereiro de 2024. O número ficou acima do índice de 0,42% observado em janeiro e veio pior que o esperado pelo mercado.

Com base nas projeções do Boletim Focus, os agentes financeiros estimavam uma variação de 0,77% no segundo mês do ano.

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Como resultado, a inflação acumulada em 12 meses no país está agora em 4,50%. Isso representa um leve recuo contra a taxa de 4,51% apurada no mês anterior.

Adicionalmente, ela está no teto da meta estimada para este ano (4,50%).

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Reajustes escolares

Entre os preços que pesaram no bolso do brasileiro em fevereiro, o IBGE destacou sobretudo os relacionados à educação.

O grupo teve o maior crescimento (4,98%) e o maior impacto (0,29 ponto percentual) no IPCA geral.

Ficaram mais caros ensino médio (8,51%), ensino fundamental (8,24%), pré-escola (8,05%) e creche (6,03%).

Bem como houve ainda aumento na inflação do curso técnico (6,14%), ensino superior (3,81%) e pós-graduação (2,76%).

“Esse resultado se deve aos reajustes habitualmente praticados no início do ano letivo”, explica o gerente da pesquisa, André Almeida.

Pressão da gasolina

Conforme o IBGE, a inflação de fevereiro também foi impactada pelo grupo transportes, com alta de 0,72% e impacto de 0,15 ponto percentual no total do IPCA.

“Se por um lado, as passagens áreas tiveram o maior impacto negativo (-0,09 p.p.) de todo o índice, com queda de 10,71%, por outro, todos os combustíveis pesquisados tiveram alta”, detalha André.

O etanol (4,52%), o gás veicular (0,22%) e o óleo diesel (0,14%) avançaram no mês ante fevereiro.

Logo depois, também foi observado alta no subitem táxi (0,64%) e ônibus urbano (1,91%).

Da mesma forma que a gasolina, um item sensível no bolso da população, ficou 2,93% mais cara entre um mês e outro.

O combustível assim apresentou o maior impacto individual de toda a pesquisa (0,14 p.p.).

Alimentos mais caros

Na sequência dos destaques, o IBGE apontou que o grupo alimentação e bebidas aumentou 0,95% em fevereiro, impactando em 0,20 ponto percentual o IPCA do mês.

Na alimentação no domicílio, a alta foi de 1,12%, com influência dos aumentos de preços da cebola (7,37%), da batata-inglesa (6,79%), das frutas (3,74%), do arroz (3,69%) e do leite longa vida (3,49%).

“Neste caso, houve influência do clima, por conta de temperaturas mais elevadas e um maior volume de chuvas”, comenta o responsável pela pesquisa.

Similarmente, a inflação da alimentação fora do domicílio passou de 0,25% em janeiro para 0,49% agora em fevereiro.

Custos de casa

Por fim, o grupo habitação teve uma variação de 0,27%, com influências da alta da taxa de água e esgoto (0,11%) e da queda em gás encanado (-1,40%).

Já em comunicação, com inflação de 1,56%, o resultado foi pressionado pelas altas de TV por assinatura (4,02%) e do combo de telefonia, internet e TV por assinatura (3,29%).

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