Como lidar com a inflação e seus efeitos colaterais
Por que considerar a inflação antes de investir? Proteger o dinheiro de desvalorizações é tarefa básica de qualquer investimento
“Nada está tão ruim que não possa piorar”. Foi dessa forma que, na segunda-feira, o presidente Jair Bolsonaro se referiu à inflação e à deterioração do cenário econômico, marcado por desemprego alto, aumento de preços, gastos públicos pressionados e crescimento abaixo das expectativas.
E parece que Bolsonaro já sabia o que viria pela frente. Na terça-feira, a Petrobras anunciou o reajuste de 8,9% no valor do litro do diesel, o que deve elevar a pressão sobre outros produtos e serviços. Em setembro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), que é uma prévia da inflação oficial do país, acelerou 1,14%.
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Essa foi a maior taxa registrada para o mês desde o início do Plano Real. Com esse resultado, a inflação acumula alta de 10,05% nos últimos 12 meses, quase o dobro do teto da meta estabelecida para 2021, de 5,25%. Os maiores vilões para os reajustes são os combustíveis e a energia.
Porém, esses dois preços afetam toda a cadeia produtiva, também influenciada pelo dólar e pelo cenário internacional. Carne, café, batata, frango, frutas e leite estão cada vez mais caros. Os reajustes nos serviços, como os restaurantes e os salões de beleza, também estão no radar.
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Na verdade, de 367 itens que compõem o IPCA, 253 tiveram alta nessa última prévia. E diante desse cenário, o Banco Central, que tem o mandato pra controlar a inflação, precisa elevar os juros, que alcançaram 6,25% na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).
Além da atuação do BC, o próprio governo também pode atuar, seja por políticas que fortaleçam o Real ou por medidas que tenham impacto em determinados setores da economia. Porém, todos esses antídotos têm efeitos colaterais, que precisam ser observados com atenção.
No vídeo de Ao Ponto, série produzida por O Globo, desta quarta-feira, a economista Maria Andréia Parente, especialista em inflação e pesquisadora do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), analisa o cenário de preços e projeta a situação para os próximos meses. Ela também explora o arsenal de medidas para combater a inflação, bem como os riscos associados a cada uma dessas ações.
E você com isso?
Por que considerar a inflação antes de investir? Proteger o dinheiro de desvalorizações é tarefa básica de qualquer investimento. O principal objetivo de uma aplicação é, em primeiro lugar, repor o poder de compra da moeda, por isso é preciso estar sempre atento à inflação.
Antes de entender e se preocupar com a proteção da inflação, você deve identificar os seus objetivos pessoais com aquele investimento. Conhecendo os objetivos com a aplicação financeira, é possível determinar o prazo que está disposto a esperar para obter retorno. É preciso casar o prazo do título com o prazo de quando o investidor vai precisar do dinheiro.
Ou seja, se você está investindo para uma viagem que pretende fazer daqui a dois anos, precisa alocar o seu dinheiro em produtos que ofereçam proteção contra a inflação e com prazo de resgate próximo da sua viagem, que é o objetivo financeiro neste exemplo.