Inter: Inadimplência deve ter um pico no 1º trimestre deste ano e depois se estabilizar, diz VP de finanças

Executivos ainda falaram sobre operação de risco sacado com pequenas e médias empresas

Fachada da sede do Banco Inter. Foto: Divulgação
Fachada da sede do Banco Inter. Foto: Divulgação

Alexandre Riccio, vice-presidente de finanças do Banco Inter, disse em teleconferência com analistas que a inadimplência deve atingir um pico no primeiro trimestre deste ano e depois se estabilizar. Na passagem do terceiro para o quarto trimestre, o indicador foi de 3,8% para 4,1%, e o Inter disse que o principal fator a influenciar foi a inadimplência em safras mais antigas de cartão de crédito. Já a inadimplência de curto prazo (15 a 90 dias) ficou estável em 4,5%.

Já Santiago Stel, diretor de Estratégia e RI do Inter, comentou que a carteira de crédito este ano deve crescer um pouco menos que em 2022, na casa dos 30%. Em 2022, ela havia registrado expansão de 40%. “Vai depender um pouco da questão macro, mas achamos que dá para continuar crescendo forte”, comentou.

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O CEO do Inter, João Vitor Menin, afirmou que o foco do banco é crescer com rentabilidade. “Estamos consolidando essas tendências, melhorando a margem financeira. Dá para continuar crescendo sem sacrificar a rentabilidade, especialmente em tarifas, que não afeta o capital”, comentou.

Segundo ele, este ano o Inter espera continuar ganhando alavancagem, reduzindo custo de servir e melhorando eficiência. Também deve seguir elevando a margem financeira, com ativos mais rentáveis e mudança no mix de funding. E a qualidade dos ativos deve se mostrar resiliente.

Questionado sobre as previsões de lucratividade e ROE para este ano, Stel explicou que o Inter não fornece guidance, mas que o consenso dos analistas aponta para um ROE de um dígito médio este ano, o que faz sentido, e que a lucratividade deve melhorar sequencialmente. O Basileia, que ficou em 24,1% no quarto trimestre, deve terminar este ano mais perto de 20%, com algumas ações para otimização do capital.

Stel disse ainda que o novo juro do consignado no INSS, aprovado ontem pelo governo, deve ter um impacto muito limitado na sua carteira. O banco vem reprecificando sua carteira total de consignado e prevê chegar ao fim do ano com cerca de dois terços já reprecificados.

O CEO foi questionado por analistas se faz a operação de risco sacado com as pequenas e médias empresas da sua carteira. O produto ficou em destaque recentemente por estar no epicentro da crise da Americanas, que anunciou em janeiro um rombo de R$ 20 bilhões no seu balanço.

“Nossa operação de financiamento de supply chain está indo muito bem, faz parte da nossa estratégia de colateralização, diversificação e monetização. [Após o caso Americanas] até melhoramos nossas margens no produto. É uma linha de curta duração, podemos continuar crescendo de maneira segura e melhorando ROE. Lógico que fizemos alguns pequenos ajustes, reduzimos um pouco os tíquetes, mas estamos bem confortáveis”, afirmou.

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