Mercado hoje: Ibovespa cai 0,15% e dólar fecha a R$ 5,28, com fluxo e cena local no foco
No pregão, investidores monitoram anúncios de novos ministros pelo governo eleito. No exterior, parte das bolsas volta a funcionar, com foco em reabertura na China
O Ibovespa fechou em queda nesta terça-feira, pressionado pela possibilidade de prorrogação da isenção de PIS/Cofins dos combustíveis e pelo recuo das bolsas de Nova York.
Investidores consideraram que a extensão da isenção para combustíveis pode ser prejudicial para a situação fiscal do governo eleito. No fim do dia, o futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pediu ao atual governo que não prorrogue a desoneração. A reabertura parcial da China impulsionou as commodities e ajudou ações do setor, mas não foi suficiente para levar o índice ao campo positivo.
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Após ajustes, o Ibovespa caiu 0,15%, aos 108.578 pontos. A mínima intradiária foi de 107.418 pontos, enquanto a máxima alcançou os 109.353 pontos.
O volume de negócios para o índice no dia foi de R$ 15,66 bilhões. Em Nova York, S&P 500 caiu 0,40%, aos 3.829 pontos, Dow Jones avançou 0,11%, para 33.242 pontos, e Nasdaq perdeu 1,38%, aos 10.353 pontos.
Dólar tem forte alta e fecha a R$ 5,28
O dólar fechou em alta firme ante o real nesta terça-feira Para analistas, o movimento refletiu a cautela dos agentes com as incertezas econômicas locais para o próximo ano, sendo impulsionada pela sazonalidade de fim de ano.
Nessa época, o dólar costuma passar por um processo de valorização diante do envio de remessas ao exterior por empresas, o que amplia a demanda.
O BC realizou leilões de linha, como são conhecidas as operações de venda com compromisso de recompra, nesta teça-feira.
No exterior, a moeda americana também se valorizou contra pares emergentes.
O dólar subiu 1,47%, negociado a R$ 5,2853, após atingir a máxima de R$ 5,3019.
Ásia e Europa se animam
Com a queda, o Ibovespa descola do desempenho das bolsas do exterior. Na Ásia, a sessão fechou com as principais bolsas em alta, com os papéis ligados ao setor financeiro lideraram os ganhos na bolsa de Xangai.
Na Europa, a tendência também é de alta, com Frankfurt, Paris e Milão operando no azul. Londres não tem pregão nesta terça.
Mais cedo, em Frankfurt, as ações do Deutsche Bank sobem 0,17%; e, em Paris, os papéis do BNP Paribas avançam 0,59%, enquanto os do Crédit Agricole operam em alta de 0,87%.
Estados Unidos em queda
As bolsas dos EUA, porém, abriram em queda depois de os futuros indicarem alta para a sessão do dia. No início do pregão, os investidores das bolsas de NY não se animaram com a possibilidade de a China reabrir a economia e parecem mais preocupados com uma recessão em 2023.
Tebet cotada para o Planejamento
Os rumores de que a senadora Simone Tebet (MDB-MS) pode assumir o Ministério do Planejamento, que seria turbinado com o Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), têm ganhado força, em um movimento que pode ser bem recebido pelo mercado.
Os agentes financeiros se mostram atentos ao nome de quem comandará o Planejamento, em um dia sem grandes indicadores sobre o desempenho da economia doméstica e que promete ser de baixa liquidez devido às festividades de fim de ano.
“Na ausência de agenda econômica relevante e a poucos dias do fim do ano, o fluxo segue como o principal condutor, além do noticiário político, que segue no holofote”, aponta Luís Felipe Laudisio, trader de renda fixa da Warren Renascença.
“O suspense a respeito dos ministérios de Lula segue o principal foco de curto prazo para os investidores. O governo ainda negocia com a senadora Simone Tebet por um cargo nos ministérios”, afirma em nota a Guide Investimentos.
“Uma posição bem recebida foi a do Planejamento, mas sua exigência de incluir a nomeação dos bancos públicos na conta encontra um entrave na aceitação da equipe de Lula”, completa a Guide.