Mercado hoje: Ibovespa fecha em alta e dólar cai com PEC da Transição no foco
Investidores acompanharam preço das commodities e movimentação política acerca da política fiscal do próximo governo
Após recuar 5% nos últimos cinco pregões, na medida em que investidores voltaram a pesar riscos fiscais, o Ibovespa fecha com alta o pregão desta segunda-feira.
O principal índice da B3 foi impulsionado pelo avanço dos papéis da Petrobras e da Vale. O movimento de alta acontece conforme o Centrão tenta limitar o ‘waiver’ de gastos desejado pelo governo eleito e as commodities se valorizam.
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Em fechamento preliminar, o Ibovespa registrou alta de 1,01%, aos 113.388 pontos.
Os papéis da Petrobras e da Vale fecharam com altas. Petrobras ON e PN subiam 3,32% e 3,11% momentos antes do fechamento. Vale ON subiu 2,27%.
Dólar
O dólar opera com leve queda ante o real no início desta segunda-feira. O câmbio destoa do movimento visto no exterior, onde a moeda americana se valorizava ante divisas fortes e contra alguns pares do real.
Vale destacar, no entanto, que a valorização de mais de 5% do dólar na semana anterior favorece movimentos de ajuste. Na cena interna, o foco continua sendo o noticiário ligado à PEC de Transição, com os investidores monitorando novidades sobre o texto, que deve ser aprovado na quarta.
O adiamento da apresentação e a possibilidade de uma proposta que cause menos danos, na visão do mercado, às contas públicas tendem a favorecer os ativos domésticos.
O dólar caía 0,31%, negociado a R$ 5,3183, após atingir a mínima de R$ 5,2606.
O índice DXY, que mede o comportamento do dólar contra uma cesta de moedas fortes, subia 0,56%, aos 106,89 pontos.
Commodities
Entre as commodities, o minério de ferro teve alta de 1,94% em Dalian, a 710,50 iuanes (US$ 100,82), após o governo chinês aprovar medidas de socorro para o setor imobiliário.
Segundo a Bloomberg, o plano inclui medidas que vão desde lidar com a crise de liquidez das incorporadoras até afrouxar os requisitos de concessão de financiamento para compradores de imóveis.
Política
Localmente, investidores seguem de olho em Brasília. A notícia veiculada pelo Valor de que o Centrão deve tentar limitar o ‘waiver’ solicitado pelo governo eleito ao Bolsa Família e ao aumento do salário mínimo pode dar sustentação aos ativos locais. Ministro da Casa Civil e um dos principais caciques do PP, Ciro Nogueira afirmou ontem, em nota, que é favorável à aprovação da PEC, desde que a exceção ao teto de gastos fique limitada aos pontos citados acima e com validade para apenas 2023.
Caso a PEC fosse elaborada nos termos colocados por Ciro Nogueira, a licença para um gasto acima do teto contida na PEC ficaria em aproximadamente em R$ 58,4 bilhões, cerca de um terço dos R$ 175 bilhões que estão sendo requisitados por Lula e sua equipe. Seriam R$ 52 bilhões para o acréscimo de R$ 200 ao auxílio (o restante já está previsto na proposta do Projeto de Lei Orçamentária) e R$ 6,4 bilhões para custear o reajuste do salário mínimo.
Prévia do PIB
Já no cenário macro, entra no radar o IBC-Br, tido como a ‘prévia do PIB’ do Banco Central. O índice subiu 0,05% em setembro, abaixo da mediana das estimativas colhidas pelo Valor Data, de crescimento de 0,20%.
O dado, contudo, ficou dentro do intervalo das projeções, que iam de queda de 1,10% a alta de 0,80%. Em 12 meses, o IBC-Br subiu 2,34% e no acumulado do ano a elevação foi de 2,93%.