Mercado hoje: Ibovespa fecha em queda e passa a ter perda de 1% no ano
Investidores reagiram às nomeações do economista Gabriel Galípolo para a secretaria-executiva da Fazenda e do ex-ministro para a presidência do BNDES
O Ibovespa voltou a recuar no pregão de hoje e apagou seus ganhos em real no ano, pressionado novamente por questões políticas. Investidores reagiram às nomeações do economista Gabriel Galípolo para a secretaria-executiva da Fazenda e do ex-ministro Aloizio Mercadante para a presidência do BNDES.
Paralelamente ao cenário local, investidores também analisaram a leitura do CPI americano para o mês de novembro, que surpreendeu positivamente.
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No fim da sessão, o referencial local registrou queda de 1,71%, aos 103.540 pontos, passando a ter perdas de 1,22% no ano em real. Na mínima intradiária, o índice à vista tocou os 103.409 pontos, e, na máxima, os 106.689 pontos.
Em Nova York, o S&P 500 avançou 0,73%, aos 4.019 pontos, Dow Jones fechou com alta de 0,30%, aos 34.108 pontos e Nasdaq oscilou positivamente em 1,01%, aos 11.256 pontos. Leia completo Bolsas dos EUA fecham em alta em sessão com início empolgante e desaceleração no final.
Dólar
O dólar terminou o pregão de hoje em alta, depois de ter operado grande parte do dia em queda ante o real. No fim das negociações, o dólar comercial fechou em alta de 0,05%, cotado a R$ 5,3146.
Já o contrato futuro da moeda americana para janeiro seguia operando no vermelho perto das 17h10, em recuo de 0,33%, a R$ 5,3325.
Inflação americana
Investidores repercutiram durante a manhã o CPI de novembro nos Estados Unidos, divulgado durante a manhã.
A inflação nos EUA subiu apenas 0,1% em novembro em relação ao mês anterior e aumentou 7,1% em 12 meses, ante estimativas de 0,3% e 7,3%, respectivamente. É o ritmo mais lento de alta nos preços ao consumidor desde o final de 2021, informou o Departamento do Trabalho norte-americano nesta terça-feira (13).
O dado veio abaixo do que o projetado pelo mercado e animou os investidores. Isso por que os números da inflação devem orientar a decisão de juros do Federal Reserve (Fed, o BC norte-americano) nesta quarta-feira, em sua decisão de política monetária.
Galípolo será o número 2 da Fazenda
O futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse durante a reunião com Paulo Guedes, atual chefe da Economia, que o economista Gabriel Galípolo será seu secretário-executivo.
No encontro na manhã desta terça-feira, Haddad ainda solicitou a Guedes que Galípolo possa marcar reuniões o quanto antes com o atual secretário-executivo, Marcelo Guaranys. Haddad e Galípolo tiveram nesta terça-feira uma reunião de trabalho no Ministério da Economia.
Galípolo atuou de 2017 a 2021 como presidente do Banco Fator e, desde de 2009, é sócio na própria empresa, Galípolo Consultoria, responsável por estudos de viabilidade econômico-financeira de projetos de concessões e parcerias público-privadas (PPPs). Atualmente o economista também atua como Conselheiro na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), desde fevereiro deste ano.
Mercadante: não há espaço fiscal para subsídios no BDNES
Na segunda, o ex-ministro Aloízio Mercadante disse ao Valor que não há espaço fiscal para a política de subsídios adotada no BNDES em governos passados e nem para financiamentos do banco para o exterior.
Mercadante também afirmou que qualquer mudança na TLP depende de lei aprovada pelo Congresso e que, hoje, só caberia flexibilidade nos financiamentos de longo prazo.
Lei das Estatais
Rumores de que o governo eleito poderia mudar a Lei das Estatais via medida provisória também mexeram com os mercados ontem, mas o Valor informou que essa lei não pode ser modificada via MP.
Há expectativa ainda pela entrevista coletiva do futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad, às 18h30. Ele pode anunciar mais nomes para a equipe econômica do governo eleito.
Commodities
Entre as commodities, o minério de ferro caiu 0,2% na bolsa de Dalian, para 808,50 yuans (pouco menos de US$ 116) a tonelada. Já o petróleo Brent para fevereiro subia 0,82%, aos US$ 78,63/barril.