Mercado hoje: Ibovespa fecha acima de 115 mil pontos e tem o melhor desempenho desde novembro; dólar sobe
Confira o desempenho das principais ações da bolsa e do dólar nesta quarta-feira (7)
O Ibovespa termina o pregão desta quarta-feira (7) com uma alta sensível em relação ao fechamento anterior, subindo 0,77%, a115.488 pontos. O principal índice da bolsa foi impulsionado, principalmente, pela divulgação do índice de inflação (IPCA) de maio, que veio abaixo do esperado pelos especialistas.
Com a valorização, o índice tem o melhor desempenho desde novembro de 2022. O Ibovespa já tinha fechado a terça feira com alta de 1,70%, a 114.610 pontos, patamar superado nesta quarta.
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Já o dólar oscilou em relação ao real. Depois de ter aberto o dia em queda, na casa dos R$ 4,90, a moeda americana alternou altas e baixas ao longo do pregão, passou a operar no azul no fim do dia e fechou em alta de 0,20%, a R$ 4,92.
Acompanhe o desempenho da Petrobras
A Petrobras (PETR3; PETR4) foi uma das impulsionadoras do Ibovespa, fechando o dia em alta de 3,11% (PETR3) e 2,92% (PETR4). Os ADRs (certificados americanos para ações) da empresa receberam recomendação de compra do Morgan Stanley, que avalia que a empresa brasileira tenha um fluxo de caixa livre de US$ 23 bilhões em 2023.
Além disso, os futuros para petróleo Brent apresentaram alta de 0,77%, o que impulsiona também outras ações do setor, como a Prio (+1,49%) e a 3R (+1,59%).
IPCA abaixo do esperado
O IPCA subiu 0,23% em maio em relação ao mês anterior, contra 0,61% em abril. No acumulado dos últimos 12 meses, o índice de preços apresenta forte desaceleração, fechando o período em alta de 3,94%. Em abril, a inflação em 12 meses era de 4,18%.
O resultado vem abaixo da projeção do mercado, que era de 0,33%. Com isso, aumentam as expectativas para uma queda na taxa de juros. O Copom (Comitê de Política Monetária) se reunirá entre os dias 20 e 21 de junho para definir os rumos da taxa Selic, utilizada pelo Banco Central como instrumento de controle da inflação.
Maiores altas do Ibovespa
As maiores altas do Ibovespa, principal índice da bolsa, foram da Eneva (4,57%), Yduqs (3,91%) e Carrefour (3,46%).
No início do pregão, Gol (GOLL4) e Azul (AZUL4) chegaram a liderar os ganhos, com a primeira subindo 5,74% e a segunda, 5,89%, respectivamente, mas ambas reduziram o fôlego. No fechamento, a Azul registrou queda de 3,51%. Já a Gol subia 1,54%. As aéreas têm sido beneficiadas por um cenário de possível juros menores, dado que são companhias com alto nível de endividamento.
Além disso, a retomada do setor aéreo, notada na leitura dos números divulgados pela Gol em relação a oferta e demanda e voos de maio, isenção de PIS/Confins para o setor e queda no preço do querosene de aviação favorecem as empresas do setor.
Construção e comércio de bens em alta
Nesta quarta-feira, na bolsa, os índices setoriais relacionados a construção e comércio de bens de consumo voltaram a subir. O Imob e o Icon fecharam em alta de 0,50% e 0,52%, respectivamente,
Na terça, os setores de construção e varejo se destacaram. Além da perspectiva positiva com relação a uma política de juros menos agressiva, os setores se beneficiam do anúncio relacionado a programas como o Minha Casa Minha Vida e Desenrola, que tendem a reaquecer a atividade de construção e incorporação e comércio de bens de consumo.
Reforma tributária
Além disso, os investidores avaliam também as movimentações relacionadas à reforma tributária, que teve relatório apresentado na tarde de terça-feira.
Os relatores do projeto, os deputados Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) e Reginaldo Lopes (PT-MG), propõem a criação do Imposto sobre Valor Agregado (IVA) dual, com uma cobrança feita pela União e outra por estados e municípios.
O texto também propõe a unificação de tributos federais (IPI, PIS e Cofins), estaduais (ICMS) e municipais (ISS) sobre consumo, com o objetivo de simplificar o sistema. O ISS é um ponto de atenção, tendo em vista que já causou reação das prefeituras de grandes capitais, que temem perder arrecadação.