Mercado hoje: Ibovespa cai 1,39%, pressionado por Petrobras e incertezas locais; dólar fecha a R$ 5,19
Além do PIB, agentes financeiros ficam atentos às novidades sobre a PEC da Transição, que propôs R$ 198 bilhões de recursos fora do teto por quatro anos
O Ibovespa aprofundou suas perdas na tarde desta quinta-feira (1), com a repercussão sobre a divulgação do PIB, que cresceu 0,4% no terceiro trimestre de 2022 em relação ao segundo. O resultado ficou abaixo das expectativas do mercado, que projetava uma alta de 0,7% no período.
Os agentes financeiros também ficaram atentos às novidades sobre a PEC da Transição – que originalmente propunha R$ 198 bilhões de recursos fora do teto de gastos por quatro anos – seja bastante enxugada durante sua tramitação no Congresso. Há também grande expectativa com relação ao anúncio do próximo ministro da Fazenda. Porém, há informações de que Lula irá privilegiar negociação de PEC e não pretende anunciar ministros nesta semana.
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Com a cena local no radar, o Ibovespa fechou em queda, em movimento de ajuste após duas sessões consecutivas de alta. Após ajustes, o referencial local registrou perda de 1,39%, aos 110.926 pontos. Na máxima, tocou os 112.479 pontos e, na mínima, os 110.548 pontos. O volume financeiro registrado no Ibovespa foi de 22,28 bilhões.
No noticiário corporativo, investidores acompanharam a divulgação de plano estratégico da Petrobras – as ações da companhia tiveram recuo expressivo.
Também no radar estão os próximos passos do Federal Reserve (Fed), com expectativa pelo payroll de amanhã, e os sinais de relaxamento da política de covid zero na China. Em Nova York, S&P 500 caiu 0,09%, aos 4.077 pontos, Dow Jones recuou 0,56%, para 34.395 pontos, e Nasdaq perdeu 0,13%, para 11.482 pontos.
No exterior, a fala do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, na véspera, reforçou as perspectivas de que a autoridade monetária pode desacelerar o ritmo do aperto de juros já na reunião de dezembro do banco central. Assim, foi observada uma queda expressiva do dólar contra os principais pares globais.
Dólar fecha em leve queda, a R$ 5,19
O dólar fechou com leve queda ante o real nesta quinta-feira. O câmbio acompanhou o movimento visto no exterior, onde a moeda americana se desvalorizou contra divisas fortes e ante alguns pares do real.
O desempenho mais fraco seguiu sendo influenciado pelas falas do presidente do Federal Reserve, Banco Central americano, Jerome Powell. Na véspera, Powell sinalizou que o Fed poderá reduzir seu ritmo de aperto monetário a partir da reunião de dezembro, embora com uma taxa terminal mais alta.
Na cena local, as incertezas com o quadro fiscal e sobre a formação da equipe econômica impediram uma apreciação maior do real.
O dólar caiu 0,10% negociado a R$ 5,1966 após atingir a mínima de R$ 5,1638.
Expectativa de PEC mais tímida
Ontem, notícias de que o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) teria informado aos membros do governo eleito de que, da maneira que foi proposta, a PEC da transição não seria aprovada pelo Congresso, gerou um forte impulso positivo aos ativos locais.
Hoje, informações adicionais sobre as negociações envolvendo o gasto fiscal nos próximos anos devem voltar a direcionar os preços dos ativos brasileiros.
“Hoje o cenário político volta a dar o tom, com Alckmin afirmando que Lula não tem pressa em anunciar o Ministro da Fazenda. Adicionalmente, Haddad diz que a nova âncora fiscal deve ser desenhada junto com a reforma tributária”, afirma o operador de renda fixa da Warren Renascença DTVM, Luis Felipe Laudisio.
A ausência de um plano mais concreto pode fazer com que o real realize parte do forte movimento visto nos últimos dias. Cenário externo segue positivo, ainda reagindo a Powell e também alívio das restrições na China”, completa.