Ibovespa tem viés positivo à espera do CPI americano
Inflação é um dos principais indicadores que o banco central dos EUA considera na política de juros
Depois de ter avanço limitado pela queda firme do setor financeiro na sessão de ontem, o Ibovespa voltava a olhar para o mercado internacional nesta quinta-feira, à espera da leitura de janeiro da inflação dos Estados Unidos, que pode afetar as apostas para o ciclo de alta de juros a ser promovido pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano) em meio à inflação resiliente e ao forte mercado de trabalho.
Às 10h20, o Ibovespa avançava 0,5%, aos 113.022 pontos, enquanto os futuros do S&P 500 exibiam queda de 0,02% e o índice pan-europeu Stoxx 600 subia 0,11%. No mesmo horário, o fundo de índice EWZ, que espelha o mercado brasileiro em Wall Street, avançava 0,34%, enquanto os recibos de ações (ADRs) da Vale avançavam 1,66% e os da Petrobras ganhavam 0,97%.
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Os preços do petróleo subiam, à medida que os dados de estoque em alta e a forte demanda mantinham as condições de mercado apertadas. Investidores aguardavam ainda o relatório mensal de produção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) para confirmar a tese.
Além disso, a Petrobras divulgou nesta quinta-feira que atingiu recorde de produção no pré-sal em 2021, com extração média de 1,95 milhões de barris por dia. O volume correspondeu a 70% da produção total no ano e o dobro do que era produzido na região há cinco anos.
Nos EUA, uma inflação maior do que a expectativa deverá reforçar o temor de um movimento mais brusco pelo Fed, elevando os juros globais ainda mais, fortalecendo o dólar e, assim, penalizando ativos de risco, como os de emergentes. O Departamento do Trabalho dos EUA divulga o dado às 10h30.
Economistas consultados pelo “The Wall Street Journal” esperam que o Departamento do Trabalho reporte uma alta anual de 7,2% em janeiro em relação ao mesmo mês do ano passado, marcando uma alta dos 7% em dezembro. Também seria o ritmo mais rápido para a inflação desde fevereiro de 1982 e o oitavo mês consecutivo acima de 5%.
“Estamos todos focados nos números da inflação dos EUA hoje. Outra surpresa positiva e as chances de o Fed subir 0,50 ponto percentual em março aumentariam”, diz a equipe global de pesquisa em mercados financeiros do Rabobank, em relatório. Segundo os contratos futuros de Fed Funds negociados na CME Group, os participantes de mercado atribuem 27% de probabilidade de um aperto de 0,5 ponto já em março.
Domesticamente, os agentes do mercado repercutem a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) de dezembro de 2021. O setor cresceu 1,4% em dezembro ante novembro, com ajuste sazonal, disse o IBGE, ficando acima do esperado, de +0,9%, e dentro do intervalo das projeções, de -1,0% a +1,8%.
No noticiário corporativo, o Itaú Unibanco publica, após o fechamento dos mercados, o seu balanço trimestral referente ao último trimestre de 2021. Além da instituição financeira, Multiplan e Alpargatas também reportam resultados.
Entre os balanços divulgados, a Suzano, maior produtora mundial de celulose de eucalipto, encerrou o quarto trimestre de 2021 com lucro líquido de R$ 2,3 bilhões, queda de 61%, refletindo o impacto negativo da variação cambial. Já o Ebitda saltou 60% na comparação anual e atingiu recorde de R$ 6,36 bilhões, na esteira de maiores preços e volumes vendidos.
Já a Dexco registrou patamares recordes de receita, Ebitda e lucro líquido em 2021, refletindo o aumento da procura por materiais de construção para a melhoria das casas na pandemia. O lucro líquido cresceu 92,6% no quarto trimestre, para R$ 581 milhões, enquanto a receita líquida aumentou 18,9%, para R$ 2,25 bilhões.
(Com informações do Valor PRO, o serviço de notícias em tempo real do Valor Econômico)