Com tarifas de Trump no horizonte, Ibovespa tomba 1,27% e perde 120 mil pontos; dólar se mantém em R$ 6,10
Bolsa de valores hoje: veja como se comportaram o Ibovespa e o dólar nesta quarta-feira (8) e o que movimentou os ativos
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O baque sofrido por ativos de risco locais com a notícia de que Donald Trump poderá adotar uma política tarifária dura acionou o modo de atenção dos investidores na sessão e deu o tom ao pregão.
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Após dois dias de recuperação em um movimento de correção técnica, o Ibovespa voltou a amargar perdas hoje e recuou 1,27% aos 119.625 pontos.
Ibovespa hoje
A divulgação de uma ata reforçando a adoção de uma política monetária mais cautelosa pelo Federal Reserve, chegou a pressionar ainda mais o índice no fim da tarde, mas o Ibovespa conseguiu fechar o dia longe das mínimas, de 119.351 pontos.
Últimas em Ibovespa
Na máxima intradiária, ele chegou a tocar os 121.160 pontos.
Nem ações de blue chips se salvaram: os papéis ON do Bradesco caíram 1,89%; a Vale recuou 0,96%; e as preferenciais da Petrobras contraíram 0,81%, enquanto as ON da petroleira tiveram perdas de 0,95%.
Depois de apresentarem alta mais expressiva nos pregões desta semana, ações domésticas também passaram por correção.
As maiores perdas foram registradas pelos papéis do Carrefour, que tiveram queda de 12,20%.
Magazine Luiza (-6,52%) apareceu entre as três maiores perdas. Já na ponta contrária, o dia foi de avanço das ações GPA, que subiram 1,06%.
O volume financeiro do índice na sessão foi de R$ 15,2 bilhões e de R$ 19,4 bilhões na B3.
Já em NY, os principais índices americanos adotaram movimento misto: o Nasdaq caiu 0,06%, o S&P 500 subiu 0,16% e o Dow Jones avançou 0,25%.
Dólar hoje
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O ambiente externo de valorização generalizada do dólar se refletiu na dinâmica do câmbio doméstico e provocou uma leve depreciação do real nesta quarta-feira.
O dólar até chegou a subir com mais força e, na máxima do dia, tocou R$ 6,15, mas não se sustentou nesses níveis e, ao longo do dia, perdeu força de forma gradual.
Após a divulgação da ata da decisão de política monetária de dezembro do Federal Reserve, a moeda americana perdeu ainda mais fôlego.
E até ensaiou leve queda contra o real, mas conseguiu se manter em alta, embora bastante afastada da máxima.
No encerramento da sessão no mercado à vista, o dólar era negociado a R$ 6,1089, em alta de 0,09%, enquanto o euro comercial fechou em queda de 0,33%, aos R$ 6,2944.
Dados mais fortes da economia dos Estados Unidos continuaram a se refletir na dinâmica do câmbio, em particular o número semanal de pedidos de seguro-desemprego.
A estatística continuou a apontar para um mercado de trabalho aquecido, além de notícias relativas à imposição de tarifas comerciais amplas no futuro governo do republicano Donald Trump.
Esse contexto provocou um fortalecimento generalizado do dólar.
Embora também afastado da máxima do dia, o índice DXY, que mede o desempenho da divisa americana contra uma cesta de outras seis moedas principais, operava em alta de 0,51% no fim da tarde, aos 109,096 pontos, em um sinal adicional de fôlego extra do dólar.
Bolsas de Nova York
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Os principais índices de ações de Nova York fecharam em direções opostas, após oscilarem entre altas e baixas em um dia marcado por mais dados sobre a economia americana, a ata da última reunião do Federal Reserve (Fed) e a notícia de que Donald Trump pretende usar uma lei americana para declarar “emergência econômica nacional” para aprovar tarifas comerciais mais amplas.
No fechamento, o índice Dow Jones subiu 0,25%, aos 42.635,20 pontos, o S&P 500 teve alta de 0,16%, aos 5.918,23 pontos, e o Nasdaq caiu 0,06%, aos 19.478,878 pontos. Entre os setores do S&P 500, apenas comunicação, energia e serviços públicos terminaram o dia no negativo.
Os dados divulgados hoje foram mistos. Se por um lado o relatório ADP mostrou que o setor privado criou menos vagas do que o esperado pelo mercado em dezembro, os pedidos semanais de seguro-desemprego vieram abaixo do estimado, aumentando as expectativas para o relatório de empregos (“payroll”) que será divulgado nesta sexta-feira, o principal indicador sobre o mercado de trabalho nos Estados Unidos.
Nesta tarde, a ata do Fed reforçou o tom mais cauteloso sobre o controle da inflação nos EUA e sinalizou que está próximo do momento para desacelerar o ritmo de flexibilização monetária.
Os dirigentes citaram as políticas do governo Trump como fatores de incerteza para a economia.
Em um primeiro momento após a divulgação do documento, as Bolsas diminuíram as perdas e chegaram a operar no positivo, mas muito sem fôlego para sustentar uma alta expressiva.
Para a Pantheon Macroeconomics, a ata trouxe poucas novidades sobre o pensamento atual dos dirigentes do Fed. A casa segue apostando em quatro cortes de 25 pontos-base ao longo de 2025, mas afirma que as perspectivas fiscais e de política comercial estão “excepcionalmente” incertas.
“De fato, o número de menções de ‘incerteza’ nessa ata subiu para nove, contra cinco em novembro, tornando impossível ter confiança sólida nas perspectivas para a política do Fed além das duas próximas reuniões”, escreve o economista-chefe para os EUA, Samuel Tombs.
Bolsas da Europa
As bolsas da Europa fecharam em queda nesta quarta-feira, após dados da inflação na zona do euro virem acima do esperado pelo mercado.
Mais cedo, a notícia da CNN de que o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, pretende usar uma lei americana para declarar “emergência econômica nacional” para aprovar tarifas mais amplas também pesou sobre o humor dos investidores.
No fechamento, o índice Stoxx 600 caiu 0,27%, aos 513,28 pontos.
O FTSE, da Bolsa de Londres, ficou estável, aos 8.245,49 pontos, e o DAX, de Frankfurt, recuou 0,12%, aos 20.316,75 pontos.
Já o CAC 40, de Paris, encerrou em baixa de 0,58%, aos 7.446,22 pontos.
Mais cedo, o índice de preços ao produtor (PPI) da zona do euro subiu 1,6% na comparação mensal em novembro, após alta de 0,4% em outubro.
O avanço foi impulsionado pelo aumento no custo de energia, cujos preços subiram 5,4%. Os dados são da Eurostat, a agência oficial de estatística da União Europeia.
Os investidores também seguem cautelosos com a inflação americana, com receio de que a maior economia do mundo siga aquecida, o que poderia afetar o ciclo de cortes nas taxas de juros.
Com informações do Valor Econômico