Greenpeace acusa fundos de pensão suíços de cumplicidade no desmatamento

Estudo da ONG diz que fundos de pensão têm pelo menos US$ 60 bilhões investidos em empresas envolvidas na destruição de florestas tropicais na América do Sul, África e Ásia

Área desmatada da floresta amazônica no Mato Grosso. Foto: Amanda Perobelli/Reuters
Área desmatada da floresta amazônica no Mato Grosso. Foto: Amanda Perobelli/Reuters

Os fundos de pensão suíços têm pelo menos US$ 60 bilhões investidos em empresas envolvidas em desmatamento e são assim cúmplices da destruição de florestas tropicais na América do Sul, África e Ásia, segundo estudo do Greenpeace divulgado na Suíça nesta quinta-feira.

Responsáveis pela gestão de mais de US$ 1,2 trilhão, os fundos de pensão suíças estão entre as principais e mais influentes investidoras no mercado global de capitais, diz Greenpeace, ressaltando que 5% de seus fundos estão investidos em empresas com pouca atenção para o desmatamento.

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A ONG ecológica deu uma importância particular a cinco de 141 companhias que considera como particularmente responsáveis pela destruição de florestas tropicais e que fazem parte do portfólio de quase todas os fundos de pensão suíços. Trata-se da Bunge, JBS-Friboi, Amazon, Industrial and Commercial Bank of China e UBS.

A Bunge é acusada de comprar soja no Brasil que viria de áreas desmatadas. O Greenpeace acusa a JBS de não verificar o suficiente suas cadeias de abastecimento. O UBS, o maior banco suíço, é acusado de investir tanto na Bunge quanto na JBS.

O Greenpeace pede para os fundos de pensão exercerem sua influência, como acionistas, para colocar fim ao desmatamento e exigir mais sustentabilidade das empresas na quais detém uma participação.

Procurada pelo Valor, a Associação Suíça de Instituições de Previdência (Asip), em Zurique, disse que o Greenpeace “está obviamente sob um equívoco fundamental sobre a tarefa principal dos fundos de pensão, que consiste principalmente em financiar as melhores pensões possíveis para seus segurados”.

Conforme a Asip, o fato de que os critérios de sustentabilidade também devem ser levados em conta neste processo não é questionado por ninguém hoje, e que as caixas de pensão devem considerar todos os riscos e oportunidades de investimento relevantes em suas deliberações.

“Parte desses riscos/oportunidades a serem analisados são aspectos ambientais, sociais e de governança corporativa”, diz a associação, notando também que é do interesse dos segurados a longo prazo, sem ter que aceitar qualquer perda de retorno.

“É apenas uma questão de tempo até que os fundos de pensão em questão tenham resolvido o problema levantado pelo Greenpeace por sua própria iniciativa”, completou.

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