Eletrobras (ELET3; ELET6): Lula chama privatização de ‘bandidagem’

Presidente disse em discurso 'o próprio governo fez uma lei prejudicando o governo'

Lula durante reunião do 'Conselhão', no Palácio do Itamaraty. Foto: Ricardo Stuckert/Presidência
Lula durante reunião do 'Conselhão', no Palácio do Itamaraty. Foto: Ricardo Stuckert/Presidência

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a criticar a privatização da Eletrobras (ELET3; ELET6) em um evento na noite desta quinta-feira, classificando-a como uma “bandidagem” e repetindo as queixas que havia feito horas mais cedo também na Bahia.

Em um discurso improvisado, o presidente mencionou a ação impetrada pela Advocacia-Geral da União (AGU) que questiona pontos da privatização da Eletrobras. Nela, o governo, que detém 42,61% das ações ordinárias da companhia, pretende ter um poder de voto equivalente no conselho – hoje limitado a 10% porque a Eletrobras foi transformada em uma “corporation”, uma empresa de capital privado sem acionista controlador.

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O teto de capital votante foi instituído e vale para qualquer acionista da empresa. A AGU também contesta as condições para que o governo faça uma eventual recompra de ações.

“Nós entramos na Justiça […] para poder readquirir o direito de termos importância política na administração da Eletrobras”, disse.

“A segunda coisa importante é que na privatização foi feita uma bandidagem, que deve ser um crime de lesa-pátria. Eles venderam a Eletrobras e lá está dizendo que, se o governo brasileiro quiser comprar de volta a Eletrobras, a gente tem que pagar três vezes o preço que um privado ofereceu.”

Lula, então, disse que “o próprio governo fez uma lei prejudicando o governo” e que isso será apurado.

“Ou seja, o próprio governo fez uma lei prejudicando o governo e nós vamos apurar. Nós vamos abrir processo e nós vamos tentar provar a corrupção que houve neste país para que o povo saiba a corrupção que houve neste país”, disse.

A ação da AGU causou ruídos no mercado e pressionou as ações da empresa. Apesar das falas do presidente, o órgão nega que o objetivo da medida judicial seja reestatizar a empresa.

Nos últimos dias, analistas alertaram que uma decisão favorável à União no Supremo representaria uma quebra contratual em relação aos termos da privatização acordados em 2021.

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