Zelensky diz aceitar neutralidade da Ucrânia para encerrar a guerra

Declaração foi dada antes de nova rodada de negociações com a Rússia por cessar-fogo

Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia (Foto: Ukrainian Presidential Press Office via AP)
Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia (Foto: Ukrainian Presidential Press Office via AP)

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou que seu governo está pronto para declarar neutralidade, desistir da ideia de aderir à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e prometer não desenvolver armas nucleares se a Rússia retirar as tropas do país e se Kiev receber garantias de segurança do Ocidente.

As declarações foram feitas a um grupo de jornalistas independentes russos pouco antes de negociadores dos dois países terem um novo encontro na terça-feira na Turquia, que está tentando mediar um cessar-fogo para o conflito que se arrasta há mais de um mês.

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“Garantias de segurança e neutralidade, o status não nuclear de nosso país — estamos prontos para fazer isso. Esse é o ponto mais importante, já que eles começaram a guerra por causa disso”, afirmou Zelensky.

Embora tenha sugerido que está disposto a fazer concessões, o líder ucraniano disse que sua prioridade é garantir a soberania e a integridade territorial da Ucrânia — impedindo a Rússia de dividir o país, em um movimento que está sendo chamado por Kiev de “cenário coreano” — uma referência à divisão de décadas entre as Coreias do Norte e do Sul.

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A Rússia exige há vários anos que a Ucrânia desista de entrar na Otan, que o Kremlin vê como uma ameaça. Zelensky afirmou que a questão da neutralidade, que manteria o país fora de qualquer aliança militar, deveria ser apresentada aos eleitores ucranianos em um referendo após a saída das tropas russas.

Zelensky também afirmou que só será possível discutir o fim da guerra em uma reunião com a presença do presidente russo, Vladimir Putin. A Ucrânia também quer garantias de que o Ocidente a protegerá de um eventual novo ataque do país vizinho.

“Devemos chegar a um acordo com o presidente da Federação Russa e, para isso, ele precisa sair de lá com seus próprios pés… e vir ao meu encontro”, afirmou Zelensky na entrevista.

Segundo o jornal britânico “Financial Times”, a Rússia proibiu os jornalistas que ouviram Zelensky de publicar a entrevista e prometeu investigá-los. Vários veículos estrangeiros e independentes foram retirados do ar pelo Kremlin desde o início da guerra.

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, voltou a afirmar hoje que os dois presidentes podem se encontrar, mas somente após os principais elementos de um possível acordo serem negociados.

“A reunião é necessária quando tivermos clareza sobre as soluções para todas as questões-chave”, disse o chanceler russo, acrescentando que o Kremlin precisa de resultados concretos nas conversas com a Ucrânia.

(Do Valor PRO, o serviço de notícias em tempo real do Valor Econômico)

 

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