Valores a receber: brasileiros ainda não sacaram R$ 8,16 bi; veja como consultar

Sistema de Valores a Receber do Banco Central guarda dinheiro esquecido em bancos, consórcios e cooperativas; veja como receber

Valores a receber: veja se seu nome está na lista - Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil/Arquivo
Valores a receber: veja se seu nome está na lista - Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil/Arquivo

Os brasileiros ainda não sacaram R$ 8,16 bilhões em recursos esquecidos no sistema financeiro até o fim de abril. A informação é do Banco Central (BC) e foi divulgada na sexta-feira (7). Até agora, o Sistema de Valores a Receber (SVR) devolveu R$ 6,78 bilhões, de um total de R$ 14,94 bilhões.

As estatísticas do SVR são divulgadas com dois meses de defasagem. Em relação ao número de beneficiários, até o fim de abril, 20.248.670 correntistas haviam resgatado valores. Apesar de a marca ter ultrapassado os 20 milhões, isso representa apenas 31,34% do total de 64.618.095 correntistas incluídos na lista desde o início do programa, em fevereiro de 2022.

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Entre os que já retiraram valores, 19.045.510 são pessoas físicas. Outros 1.203.160 são pessoas jurídicas. Entre os que ainda não fizeram o resgate, 41.104.921 são pessoas físicas e 3.264.504 são pessoas jurídicas.

Entenda como funciona o Sistema de Valores a Receber

O SVR, do Banco Central, é um sistema elaborado para atuar paralelamente ao Registrato. O sistema foi criado principalmente para que o BC acompanhe a devolução de dinheiro retido em instituições financeiras e demais empresas autorizadas a funcionar no Brasil. Além disso, funciona como uma media de devolução de valores esquecidos de forma consensual entre correntista e banco.

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As instituições inscritas pelo BC podem disponibilizar valores referente a:

  • Contas correntes
  • Contas pré-pagas ou pós-pagas
  • Contas de corretoras ou distribuidoras de valores mobiliários
  • Tarifas ou parcelas de crédito cobradas indevidamente e não estornadas
  • Recursos de consórcios encerrados
  • Cotas de capital ou rateios de cooperativas de crédito

De acordo com dados do Banco Central, o volume total de dinheiro esquecido no sistema chegou a R$ 8 bilhões em março, maior patamar desde outubro.

Do montante, R$ 4,7 bilhões estão em bancos, enquanto R$ 2,2 bilhões estão esquecidos em contas de administradoras de consórcios e mais R$ 748 milhões em cooperativas.

Pessoas ou empresas podem, assim, consultar se há algum dinheiro esquecido em seu nome. Representantes legais, herdeiros ou inventariantes também podem procurar por valores de pessoas falecidas no sistema.

Como saber se tem dinheiro esquecido na conta?

Para abrir uma consulta no SVR, basta seguir o passo a passo:

  1. Acesse a página oficial do Sistema de Valores a Receber (SVR) do Banco Central: valoresareceber.bcb.gov.br.  
  2. Vá em “Consulte valores a receber”. 
  3. Preencha o campo com CPF ou CNPJ caso abra a consulta por pessoa física ou jurídica, respectivamente.
  4. Digite a data de nascimento ou a data de abertura da empresa.
  5. Transcreva os caracteres que aparecem na imagem e vá em “consultar”.
  6. Em seguida, aparecerá uma mensagem se a pessoa/empresa tem ou não valores esquecidos.

Caso o correntista tenha encontrado algum dinheiro esquecido, considerando os critérios de valores disponíveis, ele deve, então, solicitar o resgate.

Como abrir uma solicitação no SVR, do Banco Central?

A partir da consulta, o usuário deve abrir uma solicitação para resgatar o valor a receber no sistema do BC. Para realizar o pedido, siga o passo a passo adiante:

  1. Dentro da página do SVR, clique em “Acesse o Sistema de Valores a Receber”;
  2. Uma página da conta gov.br deve abrir em seguida. Preencha o campo com CPF e depois com a senha;
  3. Após a entrada, caso o usuário tenha um valor acima de R$ 100,00 para receber, clique em “Meus Valores a Receber”;
  4. A página, então, deve informar a quantia, nome e meio de contato da instituição financeira, e origem do dinheiro, além outras informações, se for o caso;
  5. Selecione, então a opção de “Solicitar por aqui”. Em seguida, escolha uma chave Pix, informando dados pessoais. O BC recomenda que o usuário guarde o número do protocolo caso queira fazer contato com a instituição financeira.

O valor deve ser depositado na conta do usuário dentro de 12 dias úteis, por meio de uma transferência de Pix ou TED usando a chave informada previamente.

Caso o sistema não ofereça a solução de uma chave Pix, o BC recomenda entrar em contato “diretamente com a instituição financeira pelo telefone ou pelo e-mail informado por ela para combinar a forma de devolução”. Nesses casos, o Banco Central informa que a empresa não é obrigada a restituir o valor em 12 dias úteis.

Se o valor for superior a R$ 100, o SVR deve solicitar que o usuário ative a verificação de duas etapas da conta gov.br.

Solicitação de valores a receber de contas de pessoas falecidas

Caso o usuário queira abrir uma consulta para conferir dinheiro esquecido em nome de um correntista falecido:

  1. Repita o passo a passo anterior, mas ao invés de clicar “Meus Valores a Receber”, clique em “Valores a Receber de Falecidos”;
  2. Informe o CPF e a data de nascimento da pessoa falecida;
  3. Leia e aceite o Termo de Responsabilidade de consulta a dados de terceiros;
  4. Tal como no caso de solicitar valores a receber, o usuário recebe a quantia, nome e meio de contato da instituição financeira, além da origem do dinheiro e outras informações, se for o caso;
  5. Entre em contato com a instituição financeira para saber qual documento da pessoa falecida requerido para receber o dinheiro.

Golpes

O Banco Central aconselha o correntista a ter cuidado com golpes de estelionatários que alegam fazer a intermediação para supostos resgates de valores esquecidos.

O órgão ressalta que todos os serviços do Valores a Receber são totalmente gratuitos, que não envia links nem entra em contato para tratar sobre valores a receber ou para confirmar dados pessoais.

O BC também esclarece que apenas a instituição financeira que aparece na consulta do Sistema de Valores a Receber pode contatar o cidadão. O órgão também pede que nenhum cidadão forneça senhas e esclarece que ninguém está autorizado a fazer tal tipo de pedido.

A Inteligência Financeira é um canal jornalístico e este conteúdo não deve ser interpretado como uma recomendação de compra ou venda de investimentos. Antes de investir, verifique seu perfil de investidor, seus objetivos e mantenha-se sempre bem informado.


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