Empossada ministra, Tebet diz que ‘não há margens para desperdícios e erros’

Ministra do Planejamento empossada disse que tem divergências econômicas com Lula, mas que é 'isso que ele quer'

A ministra do Planejamento, Simone Tebet (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
A ministra do Planejamento, Simone Tebet (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, afirmou em seu primeiro discurso no cargo que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva “quer os diferentes para se somarem”, mesmo que existam “divergências econômicas”.

“[Lula] disse que temos divergências econômicas, mas afirmou: é isso que eu quero, os diferentes para se somar”, disse Simone nesta quinta-feira em cerimônia realizada no Palácio do Planalto. A ex-senadora de Mato Grosso, que concorreu às eleições e apoiou o petista no segundo turno, declarou que “não temos margens para desperdícios e erros” na administração dos recursos públicos.

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Tebet ficou surpresa ao receber Planejamento

Segundo ela, Lula “quer o povo brasileiro nas políticas públicas e no Orçamento”. “A ordem que recebi do presidente Lula é para que a Constituição saia das prateleiras frias e dos meros discursos”, disse.

No discurso, a ministra afirmou que na campanha encontrou “o papel que deveria desempenhar”, que era “reposicionar o centro democrático”. Ela relatou que, depois da vitória do petista, escreveu um manifesto apoiando “o único presidente democrático” que tinha ido para o segundo turno da eleição presidencial. Segundo Simone, o manifesto foi escrito “sem interesse em cargo”, mas que foi convidada posteriormente por um pedido direto de Lula.

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A ministra afirmou que tinha “total sinergia na pauta social e de costumes” com o governo eleito, mas disse que ficou surpresa quando foi “parar na área econômica”.

“O que nos move é a importância da frente democrática dizer que não esteve com o presidente apenas nas eleições, nós estamos no governo e somos governo agora”, disse.

“O último domingo foi um dos mais importantes da nossa história. Depois de quatro anos de negacionismo, ataques à democracia e mentiras deslavadas, foi um dia de paz”, afirmou. “Foi o dia em que o Brasil reencontrou a sua verdadeira história.”

Responsabilidade fiscal

A ministra voltou a frisar que, em “nenhum momento”, o governo abrirá mão da “responsabilidade fiscal, dos gastos públicos e das qualidades deles”.

“Feito o planejamento, vem o orçamento. Nós vamos cuidar dos gastos públicos”, destacou a ministra. “Aí se verá o nosso lado firme, austero, mas conciliador. Conciliaremos as necessidades e prioridades estabelecidas por cada ministério, dentro de suas respectivas atribuições, com os recursos disponíveis”, complementou Tebet em seu discurso.

A ministra também citou a necessidade de parcerias, que serão construídas dentro do Programa de Parcerias de Investimento (PPI) – o órgão ficará sob o comando de seu ministério.

Com fala direcionada às minorias, Tebet disse que pobres estarão, prioritariamente, no orçamento público. “Mas não somente eles: as crianças, os jovens, os idosos, estarão no orçamento. As mulheres, os negros, os povos originários, estarão no orçamento; as pessoas com deficiência, a comunidade LBGTQIA+ estarão no orçamento. Os trabalhadores estarão no orçamento”. complementou a ministra.

Segundo a ministra, o plano de governo tem que caber no PPA. “Esta é nossa árdua, mas possível missão”, complementou a ministra, ao dizer que, com apoio de estudos do IBGE e IPEA, “vamos indicar os mais apropriados caminhos para o país mais desigual do planeta”.

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