Tabela do IR soma defasagem de 135%

Ao não corrigir integralmente a tabela do IRPF, o governo se apropria da diferença entre o índice de correção e o de inflação, reduzindo a renda disponível de todos os contribuintes, afirma Associação dos Auditores da Receita Federal

Foto: Maria Isabel Oliveira/ Agência O Globo
Foto: Maria Isabel Oliveira/ Agência O Globo

A defasagem na correção da tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) alcançou 134,52% no fim do ano passado, segundo a Associação Nacional dos Auditores da Receita Federal do Brasil (Unafisco). O levantamento começa em 1996 e leva em conta o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 10,06% registrado em 2021, divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“Ao não corrigir integralmente a tabela do IRPF, o governo se apropria da diferença entre o índice de correção e o de inflação, reduzindo a renda disponível de todos os contribuintes”, afirma a Unafisco.

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Para a Unafisco, o que acontece na prática é “uma política regressiva, desprovida de um senso maior de justiça fiscal e que, por estas razões, conduz à ampliação das desigualdades distributivas”.

Atualmente, estão isentos do IRPF aqueles cidadãos que ganham até R$ 2.523,61 por mês. Nos cálculos da entidade, caso não houvesse a defasagem de correção, estariam isentos aqueles com renda mensal de até R$ 4.427,59.

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O último reajuste da tabela ocorreu em 2015, quando o limite de cada uma das cinco faixas de incidência do IRPF foi elevado, em média, em 5,6%. O presidente Jair Bolsonaro (PL) prometeu, durante a campanha eleitoral de 2018, elevar a isenção do IRPF para aqueles que ganhavam até cinco salários mínimos por mês.

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