Santander Asset prevê crescimento econômico global de 2,7% em 2025 e, no Brasil, de 2%
Um 2025 de perspectivas positivas para a economia mundial, mas com focos de incerteza, e renda fixa ainda no topo das preferências no Brasil. É o que a Santander Asset prevê para o próximo ano, segundo projeções globais divulgadas nesta quinta-feira (28) na sede da empresa, na Espanha. A previsão é de crescimento econômico global […]
Um 2025 de perspectivas positivas para a economia mundial, mas com focos de incerteza, e renda fixa ainda no topo das preferências no Brasil. É o que a Santander Asset prevê para o próximo ano, segundo projeções globais divulgadas nesta quinta-feira (28) na sede da empresa, na Espanha. A previsão é de crescimento econômico global de 2,7%, sendo 2% nos Estados Unidos, 1,5% na Zona do Euro, 4,2% na China e 2% no Brasil.
O executivo-chefe de investimentos (CIO) da gestora no Brasil, Mario Felisberto, explica que, entre os pontos que adicionam dúvidas ao cenário, estão as novas medidas a serem anunciadas após a posse de Donald Trump nos Estados Unidos e, no mercado doméstico, a política fiscal.
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“No pós-pandemia, agora chegamos ao momento em que temos clareza de que o crescimento está convergindo para patamares mais normais e a inflação, para as metas”, diz ele, que foi responsável pelo capítulo brasileiro do relatório global da Santander Asset. “Os bancos centrais em geral em modo de corte de juros mostram que o aperto deu resultado e viramos a página, com baixo risco de recessão nos EUA e na Europa.”
Com isso, comenta ele, começará uma fase do ciclo favorável para investimentos em geral, com visão positiva para a bolsa americana. Segundo Felisberto, o corte de juros deve dar um perfil mais saudável para o mercado de ações dos Estados Unidos, já que ao longo deste ano o desempenho dependeu demasiadamente das empresas de tecnologia. “Não que essa força vá acabar, mas tudo indica que a melhora vai ser homogênea, para todas as empresas na bolsa.”
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No entanto, a mudança de governo nos EUA tira a clareza das previsões. De acordo com Felisberto, a gestora está monitorando três vertentes principais das medidas a serem adotadas, que são no setor fiscal, nas tarifas internacionais e na imigração, em que o futuro presidente dos EUA indicou mudanças que potencialmente têm impacto sobre o cenário econômico. “Em geral a discussão de Trump tende a favorecer o mercado acionário no curto prazo, então, podemos ver um empurrão com políticas do novo governo, mas tudo envolto em muita incerteza. Não sabemos o quanto será sustentável.”
Diante dessa menor clareza nos EUA, também não é possível ter certezas para os outros países, que podem ser impactados pela política de tarifas do governo Trump. Portanto, nestes casos, a visão de Felisberto é neutra para bolsas europeias e China.
Para o Brasil, a expectativa de crescimento econômico de 2% para 2025 fica abaixo dos últimos anos, com taxas que ficaram em torno de 3%, mas, afirma, “é um patamar bem razoável, ainda mais com a taxa de juros no nível atual.” A previsão é que a inflação fique em 4,5%, diante das incertezas trazidas pelo câmbio, que não se sabe quanto vai se estabilizar, dos preços de alimentos, influenciados por eventos climáticos, e da atividade econômica mais acelerada. “Mas não é um cenário ruim. É saudável.”
Ele frisa, porém, que um fator de incerteza relevante são os caminhos da política fiscal, que vem levando a uma revisão consistente da taxa de juros para cima. Pelas projeções da gestora, a Selic encerra este ano a 11,75%, atinge o pico de 12,75% entre o primeiro e o segundo trimestres de 2025 e volta a cair em algum momento, até 12% no fim do ano. “Estamos cautelosos em relação à velocidade da queda, porque ela sofre muita influência da política fiscal.”
Nesse contexto, a visão também é cautelosa para ativos de risco, sobretudo bolsa e ativos prefixados. “A renda fixa continua no foco, difícil ver alternativa mais atrativa com os juros neste patamar.”
Para o crédito privado, no entanto, grande destaque deste ano, Felisberto vê prêmios de risco apertados demais, sem muito potencial de ganho. “Não estamos super animados com crédito neste momento. Não vemos riscos no segmento, mas o potencial de retorno é mais fraco.” Já fundos multimercados e de investimento imobiliário (FII), comenta ele, fazem sentido para diversificação da carteira, em parcela menor.
*Com informações do Valor Econômico