Rússia muda de tom, reconhece Zelensky e diz que discutirá cessar-fogo

Antes pedindo "desnazificação" da Ucrânia, Moscou agora enfatiza desmilitarização

Bombeiros apagam fogo em um prédio do Serviço de Segurança Ucraniano (SBU) após um ataque russo em Kharkiv, a segunda maior cidade da Ucrânia (Foto: Andrew Marienko/AP)
Bombeiros apagam fogo em um prédio do Serviço de Segurança Ucraniano (SBU) após um ataque russo em Kharkiv, a segunda maior cidade da Ucrânia (Foto: Andrew Marienko/AP)

O primeiro-ministro russo, Sergei Lavrov, disse nesta quarta-feira (2) que reconhece Volodymyr Zelensky como presidente da Ucrânia, e que o fato de ele querer obter “garantias de segurança” nas negociações com a Rússia é um “passo positivo”.

A Rússia parece estar adotando um tom diferente quanto ao conflito. Até agora, o Kremlin vinha pedindo o que chama de “desnazificação” da Ucrânia. Agora, vem dando ênfase à desmilitarização.

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Em entrevista à rede de TV catari Al Jazeera, Lavrov afirmou que a Rússia “continua comprometida com a desmilitarização da Ucrânia” e que deveria haver uma lista de armas específicas que nunca poderiam ser instaladas em território ucraniano. Desde o início da crise, a Rússia exige que Kiev adote um status neutro e abra mão de aderir à Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), a aliança militar de países do Ocidente liderada pelos EUA.

Lavrov reforçou que “se uma terceira guerra mundial ocorresse, envolveria armas nucleares e seria destrutiva”, e afirmou que a Rússia enfrentaria um “perigo real” se Kiev adquirisse armas nucleares.

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A mudança de tom de Moscou acontece no mesmo dia em que o presidente russo, Vladimir Putin, conversou por telefone com dois aliados: Israel e Índia. Segundo um comunicado do Kremlin, Putin e o primeiro-ministro israelense, Naftali Bennett, discutiram a operação militar na Ucrânia em uma conversa iniciada pelo lado israelense.

Havia a expectativa de que a segunda rodada de negociações aconteceria hoje, mas ficou para quinta (3). Os dois países afirmaram que suas delegações estão a caminho de Belarus, onde a conversa vai acontecer.

(Com informações do jornal O Globo e de agências internacionais)

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