Rombo da Americanas (AMER3) é assunto nos corredores de Davos
Escândalo na varejista preocupa investidores estrangeiros sobre fiscalização e papel da CVM, dizem fontes ouvidas pelo Valor Econômico
O rombo das Americanas está repercutindo nos corredores do Fórum Econômico Mundial, em Davos, nos Alpes Suíços, com banqueiros e executivos brasileiros sendo questionados por investidores estrangeiros sobre o caso.
Muitos desses investidores colocam em dúvida a questão da governança corporativa no país e questionam se a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) estaria cumprindo bem o seu papel de reguladora no mercado de capitais.
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Ao jornal Valor Econômico, uma fonte que lida diretamente no caso, mas que falou sob reserva, disse que é inaceitável “como a fraude veio a público”. Essa pessoa, porém, não acredita que a crise da varejista do trio 3G possa trazer um risco sistêmico ao setor.
“Isso é inaceitável. Pode acontecer de quebrar, é normal, mas o que está acontecendo é fraude, ainda mais com o porte dos acionistas.”
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Credores sinalização dos maiores acionistas, dizem fontes
O trio de bilionários da 3G — Beto Sicupira, Jorge Paulo Lemann e Marcel Telles — não procurou diretamente nenhum dos principais bancos credores, segundo outra fonte a par do assunto.
Credores e acionistas da companhia esperam ainda uma sinalização de aporte dos maiores acionistas, mas, por enquanto, não há nada nesse sentido, segundo as fontes ouvidas pelo Valor. Os bancos já consideram absorver o prejuízo.
“É um caso chocante. Os investidores estrangeiros nos perguntam como a companhia está conduzindo a crise em vários encontros que estamos tendo aqui”, disse essa fonte. As dúvidas mais recorrentes são sobre o papel da CVM e a capacidade do governo de gerir essa grave crise de governança.
Essa pessoa destaca que o caso das Americanas estourou no início do ano, durante uma mudança na presidência do país, um novo momento em que busca passar uma mensagem de maior transparência para o mundo. “Essa situação é muito desagradável.”