Em revisão de cenário, XP passa a esperar início dos cortes na Selic em agosto
Antes, a expectativa da casa era de juros parados ao longo de todo o ano
Diante de um processo de desaceleração da economia e dos sinais de enfraquecimento do mercado de crédito, a XP espera, agora, que o Banco Central comece a flexibilizar a política monetária a partir de agosto, com um corte de 0,25 ponto percentual na Selic, seguido de reduções de 0,5 ponto. No cenário básico da XP, a Selic deve encerrar este ano em 12% e chegar a 11% no primeiro trimestre de 2024, quando passaria a ficar parada.
“Os mercados de crédito estão, finalmente, sentindo os efeitos do aperto monetário. Adicionalmente, eventos exógenos (como os problemas das Lojas Americanas) atingiram os mercados para além do efeito dos juros altos”, observam os economistas da XP em revisão de cenário publicada nesta quinta-feira. Para eles, o enfraquecimento do mercado de crédito “é um sinal de que está chegando o momento de iniciar um ciclo de flexibilização monetária”.
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Os economistas da XP observam que o novo quadro fiscal estabelece limites “generosos” para a expansão fiscal e o novo arcabouço elaborado pelo governo “não estabiliza a relação dívida/PIB, mas traz alguma visibilidade ao estabelecer limites para a expansão futura das despesas”. Para eles, o novo marco fiscal tende a ser útil para a gestão da política monetária, “embora não necessariamente abra espaço para juros mais baixos ao longo do tempo, uma vez que a postura fiscal permanecerá expansionista”.
Nesse sentido, a XP passou a esperar um início dos cortes na Selic em agosto. Antes, a expectativa da casa era de juros parados ao longo de todo o ano. Para os economistas, a taxa básica de juros pode encerrar o ano em 12% e chegar a 11% no início de 2024, em um cenário que considera uma elevação da meta de inflação de 3% para 4,5% a partir de 2024 ou um cenário em que o BC opte por uma convergência mais longa da inflação até a meta, apenas em 2025. “Como entendemos que a política fiscal e parafiscal seguirá expansionista nos próximos anos, não alteramos nossa projeção de taxa Selic terminal.”
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Ainda em sua revisão de cenário, a XP observa que a inflação corrente continua desafiadora, ao elevar a projeção para o IPCA deste ano de 5,5% para 6,2%, “sobretudo devido ao aumento dos preços administrados”. Para 2024, a XP revisou sua projeção de 4,5% para 5,0%. “O ajuste é explicado pela combinação entre maior inércia inflacionária de 2023 e afrouxamento da política monetária a partir do segundo semestre deste ano. Ademais, a política fiscal deve permanecer expansionista (ainda que limitada ao crescimento de 2,5% das despesas primárias) e há sinais de reativação de políticas parafiscais (especialmente via BNDES)”, observam os economistas da casa.