Reino Unido: Inflação anual ao consumidor sobe 6,2% em fevereiro, maior alta em 30 anos
Índice deve seguir pressionado nos próximos meses diante dos preços mais altos de energia e outras commodities
A inflação no Reino Unido renovou a máxima em três décadas em fevereiro, com o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) acelerando para uma taxa anual de 6,2% no mês passado e devendo subir ainda mais nos próximos meses diante dos preços mais altos de energia e outras commodities.
O resultado anual do CPI representa a taxa mais alta desde março de 1992 – quando os preços subiram a um ritmo anual de 7,1% – e supera a alta de 6,0% esperada por economistas consultados pelo The Wall Street Journal (WSJ). Em janeiro, os preços ao consumidor aumentaram 5,5% em base anual, de acordo com os dados do Escritório de Estatísticas Nacionais (ONS, na sigla em inglês).
Inscreva-se e receba agora mesmo nossa Planilha de Controle Financeiro gratuita
A aceleração da inflação foi liderada por preços mais altos de alimentos, roupas, móveis e equipamentos domésticos, já que as medidas restritivas por causa da covid-19 deixaram a base de comparação de preços excepcionalmente baixa em fevereiro de 2021.
Em base mensal, o índice de preços ao consumidor subiu 0,8%, no maior aumento desde 2011 e revertendo a queda de 0,1% em janeiro. Já o núcleo do índice de preços – que exclui categorias voláteis como energia e alimentos – subiu 5,2% em fevereiro em relação ao ano anterior, ganhando força em relação à alta de 4,4% registrada em janeiro.
Últimas em Economia
Economistas esperam que a inflação continue subindo nos próximos meses, à medida que o salto nos preços da energia alimenta as contas de serviços públicos das famílias e com a guerra na Ucrânia exacerbando as pressões sobre os preços.
O Banco da Inglaterra (BoE, o banco central inglês) já elevou a taxa básica de juros três vezes nos últimos meses para controlar o crescimento dos preços, mas adotou uma postura mais suave (“dovish”) na reunião mais recente, na semana passada, citando o impacto da inflação nos gastos do consumidor, respingando em uma atividade doméstica mais lenta.
Em relação aos preços na porta das fábricas, o índice de preços ao produtor (PPI) subiu 0,8% em fevereiro, em base mensal, e avançou 10,1% no confronto anual. A previsão era de altas de 0,8% e +9,9%, respectivamente, ainda segundo o WSJ.
O núcleo do PPI, que exclui itens voláteis, subiu 0,7% no mês e teve alta de 9,9% ante fevereiro de 2021.
Com Valor PRO, serviço de informação em tempo real do Valor Econômico
