Proposta isenta professores do Imposto de Renda

Medida seria uma forma de valorizar os profissionais da educação

Representantes de professores defenderam, em debate na Comissão de Educação da Câmara do Deputados, que a categoria fique isenta do pagamento de Imposto de Renda.

Para os participantes, a medida seria uma forma de valorizar os profissionais da educação.

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Atualmente, de acordo com o deputado Prof. Reginaldo Veras (PV-DF), que pediu o debate, mais de 60% dos professores ganham apenas o piso da categoria, hoje em R$ 4.580.

O diretor jurídico do Sindicato dos Professores em Estabelecimentos Particulares de Ensino do Distrito Federal (Sinproep), Rodrigo de Paula, disse que a isenção do Imposto de Renda seria especialmente importante para os profissionais da rede privada.

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Isso porque, como explicou, na rede privada os professores não têm a garantia do piso. Bem como muitas vezes trabalham em mais de uma escola, o que significa pagar ainda mais imposto.

“O professor compõe o seu salário a partir da carga horária e de negociações coletivas. É a única categoria cujo salário é composto por hora: sem a carga horária, não tem garantia de salário”, afirma.

A consequência é o professor ter que trabalhar em diversas escolas para alcançar um salário que chegue próximo ao piso nacional da rede pública.

“Quando o professor trabalha em mais de uma escola, a Receita Federal já tributa por fontes pagadoras distintas”, esclarece Rodrigo de Paula.

Medida inconstitucional

Apesar de reconhecer a necessidade de medidas de valorização dos trabalhadores do ensino, o diretor de programas da Secretaria de Articulação Intersetorial com os Sistemas de Ensino do Ministério da Educação (MEC), Armando Amorim Simões, advertiu que isentar os professores do imposto de renda é inconstitucional.

Ele explicou que a Constituição Federal veda expressamente a concessão de benefício tributário por categorias profissionais.

Armando Simões esclareceu ainda que a arrecadação com o Imposto de Renda pago por servidores dos estados, municípios constitui receita própria desses entes federados.

Sendo assim, uma lei federal não poderia promover a isenção pretendia, porque também iria contra a Constituição.

O deputado Professor Reginaldo Veras propôs, então, que se modifique o texto constitucional.

“A gente aprova aqui uma PEC atrás da outra quando é pra beneficiar empresário, para fazer isenção fiscal para as grandes corporações. Por que que o pobre e a classe média têm que pagar imposto, e muito, enquanto aqueles que têm as grandes fortunas não pagam?”, questionou.

Projeto de lei

O deputado Rubens Otoni (PT-GO), autor do Projeto de Lei 165/22, que concede isenção ao professores, ressaltou a necessidade de promover o debate para chegar a um consenso com o Executivo. De forma a construir uma legislação viável.

O parlamentar destacou também que o histórico mundial mostra a importância do investimento em educação para o desenvolvimento dos países.

Segundo Armando Amorim Simões, do MEC, o Brasil tem um déficit de 40 mil professores. Se a conta levar em consideração os educadores sem formação adequada para as disciplinas que lecionam, a demanda sobe para 200 mil profissionais.

De acordo com a deputada Professora Goreth (PDT-AP), dados do Banco Mundial mostram que cada ano adicional de escolaridade da população aumenta o PIB de uma nação em até 10%.

Com informações da Agência Câmara de Notícias

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