Presidente do BC destaca persistência da inflação e reforça busca pela meta
Roberto Campos Neto apontou ainda que crise "quase não teve precedentes" e que a "disseminação nas cadeias de preço foi muito mais intensa [do que esperado]”
O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou nesta quarta-feira que a autoridade monetária segue trabalhando para levar a inflação à meta, mas afirmou que a conjuntura praticamente sem “precedentes” trouxe “limitações”.
“É muito importante perseguir a meta, entendendo as limitações da crise, que quase não teve precedentes, mas entendendo que a disseminação nas cadeias de preço foi muito mais intensa [do que esperado]”, disse, em evento promovido pelo Bank of America.
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A afirmação foi feita após pergunta se o cumprimento da meta de inflação de 2022 continua sendo uma prioridade da autoridade monetária.
Mas ele destacou que o BC “também tem reforçado” aspectos qualitativos negativos da inflação, como a persistência e a disseminação da alta dos preços.
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De acordo com Campos, na próxima reunião, em dezembro, o Comitê de Política Monetária (Copom) vai conversar “sobre todas as variáveis” e a respeito do que “está acontecendo global e localmente”.
Na última reunião, o Copom elevou a Selic de 6,25% ao ano para 7,75% ao ano e afirmou que “antevê” nova alta de 1,5 ponto para o último encontro de 2021. Também disse considera “apropriado que o ciclo de aperto monetário”, com novas altas da Selic, “avance ainda mais no território contracionista”.
Calibragem pelo BC
Campos afirmou que há o risco de que a autoridade monetária não calibre corretamente os efeitos defasados da alta de juros sobre a inflação.
“Sempre há esse risco”, disse. “É o trabalho do BC calibrar isso nas reuniões.”
A afirmação foi feita após pergunta que questionava se elevações de 1,5 ponto percentual da Selic por , como projetado pelo BC, não poderiam levar a taxa básica de juros para um patamar superior ao necessário para trazer a inflação à meta.
Campos afirmou que os riscos de elevações maiores ou menores do que é necessário estão sempre presentes nas reuniões de bancos centrais.