Preços de alimentos devem voltar a subir por El Niño, avalia Banco Central

No curto prazo, efeitos podem se manifestar em preços mais elevados de produtos in natura

Preços de mercadorias exibidos em supermercado no Rio de Janeiro. Foto: Ricardo Moraes/Reuters
Preços de mercadorias exibidos em supermercado no Rio de Janeiro. Foto: Ricardo Moraes/Reuters

O Banco Central afirmou, em box do Relatório Trimestral de Inflação (RTI), que espera reversão da tendência de queda dos preços de alimentos, observada desde o segundo semestre de 2022, nos próximos meses.

O principal motivo são os impactos “de grandeza limitada” derivados do El Niño.

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Como na ata do Comitê de Política Monetária (Copom) deste mês, o BC voltou a destacar no RTI que há “incerteza relevante em relação à magnitude e ao momento desses impacto”.

No curto prazo, os efeitos, conforme a autoridade monetária, tendem a se manifestar em preços mais elevados de produtos in natura.

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O BC ainda acrescentou que as altas recentes do açúcar e do arroz no mercado internacional podem estar relacionadas ao efeito do fenômeno climático no Sudeste Asiático.

Além disso, a queda da safra no início do ano e o volume robusto de exportações, pressionam os preços internos do grão.

“Esse risco para os preços internos, mais acentuado para os meses finais do ano, é mitigado pela perspectiva de chuvas mais abundantes na região Sul do país com a transição para o El Niño e por safra maior do grão no primeiro semestre de 2024.”

Para o ano que vem, o BC avalia que deve haver menos espaço para novas quedas expressivas de preços de grãos diante de estimativas de menor expansão da área plantada total.

A autoridade monetária ainda citou os resultados da pesquisa pré-Copom de setembro, que apontou potencial impacto acumulado de 0,85 ponto porcentual do El Niño na inflação de 2023 e 2024, sendo que apenas 0,20 p.p. está incorporado às projeções.

Histórico

No box, o BC ainda faz uma avaliação sobre os fatores que influenciaram a variação de preços alimentícios nos últimos anos, considerando que, de 2020 a 2022, o grupo do IPCA – índice oficial de inflação – de alimentação no domicílio acumulou alta de preços mais de duas vezes maior que a variação do índice cheio, enquanto 2023 tem sido marcado por queda.

Segundo o órgão, a inflação de alimentos foi afetada em 2020 pelos primeiros impactos da pandemia de covid-19, pela depreciação cambial, bem como pela recuperação rápida da atividade e dos preços de commodities.

No ano seguinte, o BC lembra dos efeitos da escassez hídrica, assim como do aumento continuado das commodities.

Já em 2022, o principal impacto foi a guerra na Ucrânia, mas os preços começaram a ceder no segundo semestre com o recuo de preços de commodities e de insumos, o que se seguiu pelo início de 2023, ajudado também pela apreciação cambial.

Com informações do Estadão Conteúdo

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