Preço da carne tem maior queda desde novembro de 2021, mostra IPCA-15 de março

Picanha, filé-mignon, alcatra e outros cortes ficaram mais baratos no mês

Açougue no Rio de Janeiro. Foto: O Globo
Açougue no Rio de Janeiro. Foto: O Globo

O preço da carne caiu 0,91% em março, segundo a prévia da inflação, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), divulgado nesta sexta-feira (24) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É a maior queda desde novembro de 2021, quando tinha sido de -1,15%.

A queda no preço da carne, que já vinha ocorrendo antes, foi intensificada pelo embargo das vendas de carne bovina brasileira para a China, em 23 de fevereiro, por causa de um caso de mal de vaca louca no Pará.

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Quando o produtor não consegue exportar, aumenta a oferta no mercado interno e a tendência é de recuo de preço. O movimento, no entanto, pode durar pouco tempo porque o embargo foi suspenso nesta quinta-feira (23).

Em março, o peito foi a carne com maior redução de preço, de 3,05%, seguido pela carne de carneiro (-2,66%). Entre os cortes mais conhecidos, o contrafilé teve queda de 2,04%, a alcatra de 1,72% e a picanha, de 1,43%.

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O preço da chã de dentro ficou praticamente estável (0,01%), enquanto apenas dois cortes tiveram alta de preços em março: carne de porco (1,31%) e acém (0,17%).

No resultado acumulado em 12 meses até março, o preço das carnes acumula queda de 2,23%. As quedas mais intensas são em carne de carneiro (-13,88%), fígado (-7,72%), acém (-5,82%) e capa de filé (-5,82%).

A picanha, queridinha do brasileiro, teve recuo de 1,20% do preço, enquanto o filé-mignon caiu 0,96%.

Alta de alimentos em 12 meses volta para um dígito

Após permanecer em dois dígitos por um ano – entre os meses de março de 2022 e fevereiro de 2023 – a alta dos preços de alimentos voltou para um dígito. A prévia da inflação mostrou que os preços de alimentação e bebidas subiram 8,70% nos 12 meses até março.

É a primeira vez que a taxa fica em um dígito após doze meses seguidos acima dos 10%. Nesse período, o pico foi registrado em agosto de 2022, quando chegou a 14,71%, segundo o IBGE.

Apenas uma entre as onze regiões metropolitanas ou capitais usadas para calcular a inflação do país mantém a inflação de alimentos em dois dígitos até março, pelo IPCA-15: Recife, com alta de 10,74%.

Entre os resultados mais altos destacam-se, ainda, Porto Alegre (9,91%), São Paulo (9,14%) e Belo Horizonte (8,89%).

A menor alta de preços de alimentos, por sua vez, foi registrada no Rio de Janeiro, com variação de 6,09%.

Considerando apenas o mês de março, os preços de alimentos subiram 0,20% pelo IPCA-15, ante 0,39% em fevereiro. Segundo o IBGE, contribuíram para esse resultado produtos como batata-inglesa (-13,14%), tomate (-6,34%), cebola (-12,13%), óleo de soja (-2,47%), contrafilé (-2,04%) e frango em pedaços (-1,94%).

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