Powell, do Fed: ‘Novas altas nos juros serão necessárias’

O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell reiterou, durante coletiva de imprensa, que combate à inflação é a prioridade

Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed) - Foto: Alex Brandon/AP

O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, reiterou, durante coletiva de imprensa após divulgar uma alta de 0,50 ponto percentual na taxa referencial de juros dos Estados Unidos, de que o caminho a percorrer no combate a inflação ainda é longo e novas altas serão necessárias.

Embora tenha entregue a redução no ritmo de altas que ele e os demais membros do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) vinham acenando desde a reunião anterior, de novembro, Powell novamente deixou claro que o combate à inflação é a prioridade do Fed e que o banco central americano precisa de mais evidências para considerar que a inflação está realmente recuando para a meta de 2%.

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Para isso, Powell afirmou que a política monetária tem que ficar em terreno suficientemente restritivo por mais tempo. Com a alta de hoje, a taxa referencial foi para intervalo de 4,25% a 4,50%. No Sumário de Projeções Econômicas (SEP) também divulgado de hoje, a maioria dos membros do Fed indica uma taxa final entre 5% e 5,50%. Durante a coletiva, Powell destacou que o “SEP é a melhor indicação de qual será taxa final, com os dados que temos hoje”.

“Mais altas de juros serão necessárias para trazer a inflação para a meta de 2%”, disse Powell, reiterando que não há nenhuma intenção do Fed começar a cortar os juros em 2023. “Não pensamos em corte de juros antes de termos evidências de que inflação está voltando para meta”, disse, lembrando que não existe indicação de corte de juros em 2023 no SEP divulgado hoje.

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O presidente do BC americano também disse que dados recentes de inflação mostram redução no ritmo da alta de preços, principalmente na inflação de bens. “Mas a inflação de serviços segue firme e ela não vai cair rapidamente”, afirmou. Além disso, segundo Powell, o mercado de trabalho segue firme, com o desemprego perto das mínimas históricas e os salários com forte alta. “O mercado de trabalho segue com mais demanda do que oferta de trabalhadores”, disse, lembrando que, em relação ao período antes da pandemia, o mercado de trabalho perdeu 3,5 milhões de pessoas.

Powell voltou a insistir que, para levar a inflação para meta, o crescimento econômicos terá que ser menor do que a tendência normal. Questionado se os Estados Unidos entrarão em recessão, Powell respondeu que não existe meio indolor do Fed trazer de volta a estabilidade de preços. “Não sei se teremos recessão ou não, nem se ela será forte ou não”, afirmou. Porém, ele afirmou que acredita que um “pouso suave” ainda é possível se a inflação recuar sem elevar muito o desemprego.

Sobre a redução do ritmo das altas, Powell disse que inicialmente era preciso levar as taxas para terreno restritivo rapidamente. “Agora, já em terreno restritivo, a rapidez para subir os juros não é mais necessária”, disse, acenando para a probabilidade de nova redução de ritmo da alta para 0,25 ponto na reunião de fevereiro, se os dados econômicos se mostrarem favoráveis.

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