Petrobras (PETR4) avalia novo reajuste de combustíveis até o fim de 2023

Valorização do petróleo no mercado internacional e a alta do dólar pressionam a nova política de preços da companhia

Refinaria da Petrobras (PETR3; PETR4). Foto: Ueslei Marcelino/Reuters
Refinaria da Petrobras (PETR3; PETR4). Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

O presidente da Petrobras (PETR4), Jean Paul Prates, disse na terça (3) que a estatal está analisando se será necessário realizar um novo reajuste de combustíveis ainda neste ano. Ele acrescentou que o mercado de petróleo vive hoje uma “tempestade perfeita”. Isso depois que a Rússia parou algumas refinarias e o diesel russo deixou de ser uma opção de importação.

De acordo com ele, passado o inverno no Hemisfério Norte talvez seja possível que os preços retornem para níveis menores.

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Novo reajuste de combustíveis pode vir aí

“Já fizemos um ajuste (de preços), e estamos agora analisando a possibilidade ou não de outro reajuste até o fim do ano. O que temos de concreto é que a nossa política de preços está funcionando”, afirmou ele. O depoimento foi feito após cerimônia que marcou a comemoração dos 70 anos da companhia.

Prates explicou que, desde que a empresa mudou sua política de preços, abandonando a paridade com a importação (PPI), ocorreram inúmeras oscilações do barril de petróleo do tipo Brent (a referência usada pelo mercado brasileiro) e também do preço internacional do diesel.

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“O ‘crack’ (spread) do diesel disparou, refinarias da Rússia pararam de funcionar… [Além disso,] tivemos enxugamento do diesel russo, que estava chegando e fazia um certo colchão de amortecimento (de preço) também. Estamos no mercado com uma espécie de tempestade perfeita que a gente tem de administrar…. Saber quanto tempo vai durar e quanto tempo temos de colchão para aguentar essa volatilidade.”

Reação negativa

A decisão de abandonar o modelo do PPI, que acompanhava as oscilações de preços no mercado internacional, foi criticada por economistas e especialistas do setor. De acordo com eles, a decisão pode provocar uma defasagem grande de preços e afetar a receita da Petrobras.

O governo, contudo, afirma que a ideia é “abrasileirar” os preços dos combustíveis.

Na véspera, o barril do petróleo WTI para novembro subiu 0,46% (US$ 0,41), a US$ 89,23 na New York Mercantile Exchange (Nymex). Em contrapartida, o Brent para dezembro avançou 0,23% (US$ 0,21), a US$ 90,92, na Intercontinental Commodity Exchange (ICE).

“Tempo e porcentual estão sendo decididos. Se for necessário (um novo reajuste de combustíveis nas bombas), faremos, e vamos ver quando podemos, após o inverno do Hemisfério Norte, voltar ao patamar (de preços internacionais) anterior”, acrescentou o presidente da Petrobras.

Além disso, a estatal aumentou em 5,3% o preço do querosene de aviação (QAV).

Questionado sobre a situação dos outros combustíveis, como gasolina e diesel, Prates explicou que o QAV é administrado por contratos e tem reajuste mensal. “São contratos específicos”, informou.

Aliás, o último reajuste da gasolina e do diesel anunciado pela Petrobras saiu em 16 de agosto, sendo uma alta de 25,8% para o diesel e de 16,2% para a gasolina.

Com informações do jornal O Estado de S. Paulo/Estadão Conteúdo

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