Petrobras aumenta gasolina em R$ 0,20 por litro, ações sobem na bolsa e economistas já projetam piora da inflação

Este é o primeiro aumento anunciado pela companhia nas refinarias desde agosto de 2023

Bomba de combustível. Foto: Adriano Machado/Reuters
Bomba de combustível. Foto: Adriano Machado/Reuters

A Petrobras (PETR4) anunciou nesta segunda-feira (8) que vai subir o preço da gasolina para as distribuidoras. Aliás, o aumento de R$ 0,20 por litro, para R$ 3,01 será válido já a partir de terça-feira (9).

“Em 2024, este é o primeiro ajuste nos preços de venda de gasolina A da Petrobras para as distribuidoras. O último ajuste ocorreu em 21/10/2023, uma redução. E o último aumento ocorreu em 16/08/2023”, diz a companhia em nota.

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Agora, de acordo com a empresa, considerando a mistura obrigatória de 73% de gasolina A e 27% de etanol anidro para composição da gasolina C vendida nos postos, a parcela da Petrobras na composição do preço ao consumidor passará a ser de R$ 2,20 /litro, uma variação de R$ 0,15 a cada litro de gasolina C.

Ainda na nota, a companhia diz que, desde a implementação da nova estratégia comercial, a Petrobras reduziu seus preços de venda para as distribuidoras em R$ 0,17 /litro.

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Petrobras anuncia aumento da gasolina e GLP mais caro

Ao mesmo tempo, a Petrobras também anunciou um aumento do preço do gás de cozinha. O GLP subirá R$ 3,10 por botijão de 13h kg (9,81%) e passará a custar R$ 34,70.

Vale lembrar que o último ajuste no preço do gás de botijão foi observado em 1º de julho de 2023, quando houve queda (-3,9%). Sendo que o último aumento (24,9%) havia sido feito em 11 de março de 2022.

Ações sobem

Assim, no embalo do anúncio, as ações da Petrobras (PETR4) avançaram no pregão desta segunda na B3. No fechamento dos negócios, os papéis ordinários (PETR3) subiram 2,6%. Já os preferenciais ganharam 2,6% também.

Logo, a resposta positiva na sessão ampliou a valorização da companhia na bolsa de valores em 2024. Até esta segunda, PETR3 acumulava avanço de 15% no ano e PETR4 exibia alta acima 13%

“O movimento valida as falas da nova gestão quanto à continuidade da postura com relação à algumas bandeiras defendidas pela antiga gestão, como a execução da atual política de preços de derivados. O que ajuda a diminuir a percepção de risco por parte do mercado sobre a petrolífera”, escreve Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa.

Piora da inflação

Ao mesmo tempo, outro efeito do aumento da gasolina e do GLP é a expectativa de pressão no IPCA. Por isso, algumas casas já revisaram para a cima as projeções para a inflação oficial brasileira.

“Estimamos que a elevação chegará aos consumidores na segunda quinzena de julho, com primeiro impacto no IPCA fechado desse mesmo mês”, diz Sanchez. “Por não contemplarmos nenhuma espécie de reajuste em nossas projeções do IPCA deste ano, a perspectiva de 2024 subiu de 4,0% para 4,2%”, acrescenta o especialista da Ativa.

Já para Leonardo Costa, economista do ASA, o impacto estimado no IPCA é de 0,2 ponto percentual. Isso dividido entre os meses de julho e agosto.

“Com isso, o IPCA de julho passa a ser projetado em +0,35% (ante +0,25%) e o de agosto em +0,19% (ante +0,09%). O IPCA do ano sobe de 3,9% para 4,0% (tínhamos aumento de 5% na gasolina, houve surpresa no GLP)”, explica o economista.

Por fim, nos cálculos da Warren Rena, o reajuste da Petrobras significa aumento em torno de 2,50% nas bombas. Ou impacto total no IPCA de 0,13 ponto percentual. “O IPCA de 2024 sai de 4,10% para 4,28%”, projeta a casa.

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