Para XP, tragédia no RS terá mais efeito sobre atividade do que em preços

XP lembrou que as principais surpresas para baixo no IPCA-15 se devem às tarifas aéreas, enquanto as surpresas para cima vieram de bens duráveis, especialmente veículos novos

Loja destruída pelas enchentes no centro histórico de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil
Loja destruída pelas enchentes no centro histórico de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

A alta da prévia da inflação (IPCA-15) nos alimentos veio menor que o esperado e indica que as consequências das chuvas no Sul serão na atividade econômica, e não necessariamente sobre os preços, afirmou Alexandre Maluf, economista da XP.

Em comunicado enviado a clientes, Maluf disse que a alta mensal dos alimentos foi de 2% em junho, abaixo dos 3,6% do IPCA de maio. “Vale ressaltar que os alimentos in natura e leites e derivados tiveram contribuição relevante para a alta. Esperamos uma normalização dos preços ao longo do ano”, escreveu.

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“Na nossa opinião, o principal efeito das enchentes no Estado será sobre a atividade econômica e não sobre os preços.”

A XP lembrou que as principais surpresas para baixo no IPCA-15 se devem às tarifas aéreas, enquanto as surpresas para cima vieram de bens duráveis, especialmente veículos novos.

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“Em nossa opinião, a surpresa com a queda nos preços das passagens aéreas fará com que os economistas revisem suas previsões para o IPCA de junho. No nosso caso, nossa projeção caiu de 0,33% para 0,24%”, afirmou Maluf.

A XP projeta alta de 3,7% para o IPCA neste ano e de 4% em 2025. Em relatório, Luis Otavio Leal, economista chefe da G5 Partners, afirmou que na análise dos dados qualitativos, as notícias trazidas pelo IPCA-15 de junho são ruins, já que todos os grupos importantes aceleraram em relação ao mês anterior.

“A média dos núcleos passou de 0,31% para 0,34%, os serviços subjacentes, de 0,31% para 0,4% e os serviços intensivos em trabalho, um grupo que tem ganhado relevância com a resiliência do mercado de trabalho, passando de 0,36% para 0,47%”, afirmou. “Como cereja do bolo, o índice de difusão passou de 55,31% para 56,95%, maior nível desde fevereiro.”

Ele observa ainda que a média móvel trimestral dessazonalizada e anualizada, trouxe os serviços subjacentes como destaque positivo, passando de 4,77% para 4,06%, o menor patamar desde outubro de 2023.

“Entretanto, desta vez, [ele] está sozinho. O índice geral acelerou, passando de 4,21%% para 4,92%, enquanto a média dos núcleos passou de 3,01% para 3,54%”, escreveu, ao descartar mudanças na política monetária do BC e apostar na manutenção dos juros em 10,50% até, pelo menos, o fim do primeiro trimestre de 2025.

César Garritano, economista-chefe da Somma Investimentos, alertou que, no campo internacional, há a possibilidade de continuidade de forças de baixa para a inflação.

“De um lado, a China seguirá exportando desinflação para o mundo, embora possivelmente em menor ritmo. De outro, esperamos continuidade de desaceleração econômica dos EUA e início do ciclo de cortes de juros pelo Fed neste ano, movimento que terá continuidade em 2025. Esse cenário, ao fim e ao cabo, deverá promover algum enfraquecimento do dólar”, escreveu, em relatório a clientes.

“No Brasil, enxergamos continuidade de contas externas bastante favoráveis e política monetária apertada por mais tempo. Esses fatores, em conjunto, tendem a atuar como força para a apreciação de nossa moeda, influenciando em menores níveis de inflação no futuro.”

Com informações do Valor Econômico

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