Os planos do Banco Central para o Real Digital no Brasil

Entenda mais sobre a próxima grande inovação do sistema financeiro, as inspirações do BC e os próximos passos para o lançamento do projeto

- Ilustração: Marcelo Andreguetti

Diversos participantes do mercado têm se reunido para aperfeiçoar e desenvolver uma das próximas grandes inovações do sistema financeiro: o Real Digital.

Por meio do LIFT Challenge, o Banco Central, em parceria com a Federação Nacional de Associações dos Servidores do Banco Central (Fenasbac) tem avaliado casos de uso da moeda digital, assim como sua viabilidade tecnológica. O projeto faz parte do LIFT: Laboratório de Inovações Financeiras e Tecnológicas, que também trabalha em outras soluções para o sistema financeiro.

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“O laboratório nasceu para tornar mais próxima a relação entre o inovador e o regulador. Ali temos uma troca profunda de conhecimento, com discussões sobre modelos de negócio, tecnologia e regulação”, ressaltou Rodrigoh Henriques, diretor de Inovação da Fenasbac, em um painel no Criptorama, evento promovido pela Associação Brasileira de Criptoeconomia.

No caso do LIFT Challenge edição Real Digital, o foco é justamente a moeda. Startups e outros interessados puderam se inscrever para resolver desafios lançados pelo Banco Central, desenvolvendo MVPs. A execução dos projetos começou em setembro deste ano e vai até fevereiro de 2023.

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Os planos do BC para o Real Digital

Com a edição especial do LIFT Challenge, o Banco Central busca aprimorar e fazer testes com o Real Digital. “Esse é um projeto longo, assim como o PIX. Começamos a falar disso em 2016 e, de forma mais acelerada, em 2020. Montamos um grupo de trabalho com colaboradores das mais diversas áreas do Banco Central para atuar nisso”, explicou Bruno Batavida, especialista do Banco Central e um dos coordenadores do projeto do Real Digital.

O Real Digital é classificado como uma CBDC, sigla para Central Bank Digital Currency, ou Moeda Digital Emitida por Banco Central, na tradução livre. “Não se trata de um criptoativo. Ela é uma manifestação da nossa moeda soberana no formato tokenizado”, esclareceu Bruno.

O especialista ressaltou que o principal objetivo do Banco Central não é o pagamento cotidiano, já bem atendido pelo PIX. O Real Digital tem como foco os pagamentos entre instituições, indo além das fronteiras. “Queremos habilitar o sistema financeiro brasileiro com tecnologia e contratos inteligentes. Nosso sistema é uma referência para o mundo todo, e esperamos que o Real Digital também seja”, afirmou Bruno.

As tecnologias que inspiram o projeto

O Real Digital é inspirado na rede ethereum, referência na produção e execução de smart contracts; assim como nas stablecoins e nas finanças descentralizadas. “Estamos focando no online, mas trazendo inovações para o offline. Entendemos que a CDBC seja o ativo certo para ter ganhos de inclusão financeira”, destacou Bruno.

Segundo ele, o Real Digital surge como uma nova infraestrutura de mercado para viabilizar uma série de casos de uso e habilitar contratos inteligentes, trazendo eficiência para o setor. Por isso, a CBDC brasileira já nasceu como uma forte característica de programabilidade – ou seja, a capacidade de se adequar a qualquer uso.

O cronograma do Real Digital

De acordo com o calendário de execução do projeto, o Banco Central deve começar os pilotos com configurações básicas no ano que vem. Se tudo der certo, a moeda digital deve ficar pronta em 2024. “Nós devemos avançar muito no cronograma ainda no projeto piloto, aprendendo durante os próximos meses para então ter um sistema finalizado”, afirmou Bruno.

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