Na Argentina, Milei diz que deve levar dois anos para ‘acabar com a inflação’

Presidente eleito também afirmou que seu primeiro passo será empreender uma forte reforma do estado que incluirá privatizações

 O candidato presidencial argentino pela aliança La Libertad Avanza, Javier Milei (e), comemora com sua irmã, Karina Milei, depois de vencer o segundo turno da eleição presidencial. Foto: Natacha Pisarenko/Associated Press/Estadão Conteúdo
O candidato presidencial argentino pela aliança La Libertad Avanza, Javier Milei (e), comemora com sua irmã, Karina Milei, depois de vencer o segundo turno da eleição presidencial. Foto: Natacha Pisarenko/Associated Press/Estadão Conteúdo

A inflação elevada que atinge a economia argentina deve levar cerca de dois anos para ser derrotada, afirmou o presidente eleito do país, Javier Milei, nesta semana. Milei ainda prometeu executar um “choque de ajuste” nas contas públicas com o objetivo de encerrar 2024 em um quadro de equilíbrio fiscal.

Em uma série de entrevistas para rádios horas depois de ter triunfado na disputa eleitoral de domingo (19), o economista foi questionado sobre o tempo que levaria para cumprir sua promessa de acabar com a inflação, que atingiu 142,7% na variação anual em outubro.

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“Se você parar hoje com a emissão monetária, esse processo levará entre 18 e 24 meses”, afirmou Milei. Quando questionado sobre em que níveis a inflação estará até então, o futuro presidente enfatizou que precisa desse prazo para “destruí-la”.

Reforma do estado

Milei também afirmou que seu primeiro passo será empreender uma forte reforma do estado que incluirá privatizações, afirmou. “Tudo o que puder estar nas mãos do setor privado vai ficar nas mãos do setor privado”, afirmou, e apontou entre as empresas a serem privatizadas a petrolífera YPF e os veículos de comunicação estatais.

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O presidente eleito observou que, antes de privatizar a empresa de petróleo YPF, “o primeiro é preciso reestruturá-la” e “racionalizar” sua estrutura. A empresa foi estatizada em 2012, durante o mandato da então presidente Cristina Fernández de Kirchner, que hoje é vice-presidente. O libertário culpou o “deterioração da empresa” ao kirchnerismo, a variante centro-esquerdista do peronismo que esteve no poder na maior parte das últimas duas décadas.

Em suas medidas econômicas já anunciadas, Milei também ressaltou que pretende realizar uma correção fiscal de 15 pontos porcentuais do Produto Interno Bruto (PIB). O futuro presidente, no entanto, afirmou que os mais pobres não serão afetados pelas reformas e que o impacto principal recairá sobre a classe política. “2025 vai ser brilhante, com uma taxa de inflação caindo e os salários voando em dólares”, afirmou.

Governo atual aumenta impostos do ‘dólar tarjeta’

O governo do atual presidente argentino, Alberto Fernández, adotou novas medidas cambiais nesta quinta-feira, a 17 dias de deixar o poder. A Administración Federal de Ingresos Públicos (Afip) da Argentina elevou parte dos impostos sobre o “dólar tarjeta”, usado para compras de cartão de crédito no exterior, e com isso ele passou de 748 na quarta-feira a 950 pesos nesta quinta, segundo a imprensa local.

O diário Ámbito Financiero comenta que o movimento é um ajuste, pois o dólar tarjeta estava “muito abaixo” de outras cotações, nos vários câmbios do país. A mesma publicação lembra que o aumento na cotação influi em operações como a compra de dólares para poupança; a compra de bens e serviços no exterior; serviços e transportes via agências de viagens e transporte no exterior; além de importação de mercadorias.

Com informações do Estadão Conteúdo e agências internacionais

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