Mudanças na Lei das Estatais afetam negativamente Petrobras (PETR3; PETR4) e BB (BBAS3), diz Guide

Analista afirma que mudança na lei das estatais para acomodar Mercadante no BNDES pode afetar rentabilidade de ações da Petrobras e Banco do Brasil

Sede da Petrobras no Rio de Janeiro. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
Sede da Petrobras no Rio de Janeiro. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

As mudanças aprovadas pela Câmara dos Deputados na Lei das Estatais deve ter impacto negativo sobre a rentabilidade das empresas estatais listadas em bolsa e consequentemente sobre a cotação de suas ações, diz a Guide Investimentos.

O analista Gabriel Araujo Gracia escreve que Petrobras (PETR3; PETR4) e Banco do Brasil (BBAS3) viram uma melhora significativa na sua rentabilidade sobre patrimônio, desde a aprovação, em 2016, a partir da aprovação da lei que regula empresas estatais.

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“No caso do Banco do Brasil, a rentabilidade atualmente é maior do que a dos bancos privados (Itaú e Bradesco, por exemplo), o que não acontecia antes da lei. No caso da Petrobras, a rentabilidade é sensivelmente maior”, comenta Araujo Gracia.

Ontem, a Câmara dos Deputados aprovou a medida que encurta a quarentena para um integrante de campanha política assumir um cargos diretivos ou no conselho de administração em uma empresa estatal.

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Aloizio Mercadante, nomeado por Lula como futuro presidente do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social), poderá assumir o cargo 30 dias a partir do término da campanha eleitoral. Antes, esse período de quarentena era de 36 meses.

Mercadante foi coordenador da campanha de Lula à presidência e coordenador técnico dos grupos de trabalho da transição de governo. Com a modificação, ele pode assumir a presidência da estatal a partir de 2023. Ainda é necessária aprovação pelo Senado Federal.

Reações do mercado à Mercadante no BNDES

Na terça-feira (14), o mercado reagiu mal à nomeação de Mercadante para o BNDES. Após o horário de anúncio de Lula, às 16h15, o Ibovespa acentuou a queda em cerca de 1,5%. O Tesouro Direto chegou a suspender a emissão de títulos para investidores porque a curva de juros subiu e depreciou os ativos já emitidos pelo governo federal.

O ex-diretor do Banco Central, Tony Volpon, afirma que essa expectativa do mercado está descompensada, pois a esperança era de que o PT faria um governo com uma política econômica que não seria de esquerda. Nesse sentido, o mercado está passando por um choque de realidade

“O mercado vivia a ilusão de que poderia haver um governo do PT sem política econômica de esquerda. Achar que um governo Lula ocorrerá sem maior intervenção ou investimento público é uma expectativa fadada a não se concretizar. Não é culpa do Haddad ou do Mercadante”, critica.

Por outro lado, Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados, diz que ainda falta um bom nome para compor a Fazenda na questão fiscal.

Apesar de Mercadante no BNDES, avalia Vale, Haddad fez um ‘gol de placa’ ao anunciar o com dois novos nomes da equipe de seu Ministério da Fazenda: o secretário-executivo, Gabriel Galípolo, ex-presidente do Banco Fator, o secretário especial da reforma tributária, Bernard Appy, presidente do CCiF

“Talvez, a gente esperasse, nessa primeira sinalização, alguém que fosse mais condutor da questão fiscal, porque muito da preocupação dos últimos dias tem a ver com a PEC da Transição muito mal feita e que vai exigir uma questão fiscal muito bem resolvida a partir do ano que vem para desmobilizar essa impressão”, disse Vale.

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