Morgan Stanley eleva preço-alvo da Petrobras (PETR3;PETR4) e mantém recomendação neutra
Banco eleva preço-alvo de ADRs da Petrobras de US$ 11,50 para US$ 12,50
O Morgan Stanley elevou o preço-alvo do recibo de ação (ADR, na sigla em inglês) da Petrobras (PETR3;PETR4) para o final de 2023 de US$ 11,50 para US$ 12,50 e reiterou a recomendação neutra. O novo preço representa uma valorização potencial de 21% sobre a cotação atual dos ativos.
“Dada a volatilidade atual e a incerteza sobre a estratégia futura, mudamos temporariamente nossa metodologia de avaliação de soma das partes para apenas o valor da empresa pelo lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês)”, explica o analista Bruno Montanari, que assina o relatório.
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Ele acrescenta que o banco passou a assumir que a ação será negociada no ponto médio entre o cenário base da casa e o cenário mais conservador, apoiado em um desconto de 30% para o pico do múltiplo do segmento de 4,5 vezes o valor pelo Ebitda. O banco espera instabilidade contínua para as ações, à medida que o novo governo toma posse e compartilha sua visão e estratégia para as empresas estatais.
“Embora comentários e entrevistas recentes da equipe de transição do governo para questões de energia sugiram moderação na narrativa da intervenção, acreditamos que dividendos, investimentos e preços de combustível correm o risco de mudar, potencialmente para pior, o que nos mantém à margem por enquanto”, afirma.
Política de dividendos da Petrobras
Para Montanari, a política de dividendos está entre as mudanças mais fáceis de serem implementadas por uma nova equipe de gerenciamento.
“Achamos que é apenas uma questão de tempo até que a Petrobras mude sua política de dividendos. As distribuições vinculadas aos fluxos de caixa foram robustas, mas tudo indica que já passaram. Os cenários de distribuição com base no lucro implicam um rendimento mais próximo dos pares globais e, por si só, não justificariam a exposição à ação”, pontua.
De acordo com ele, ao contrário da política de preços — que exige a modificação dos estatutos — e da intensidade de capital — que prevê um processo de aprovação forte e tem prazo mais longo —, os dividendos são uma simples recomendação da equipe de gestão executiva, com aval do conselho de administração.
Além disso, o banco espera que a distribuição se aproxime dos requisitos legais mínimos, com base em entrevistas recentes de Jean-Paul Prates, indicado para a presidência da Petrobras. Hoje, o consenso sobre o percentual do lucro das companhias a ser distribuído como dividendo mínimo obrigatório é de 25%.
“Com base em nossas discussões com investidores, acreditamos que a expectativa de consenso é de uma taxa de pagamento de 30% a 35%. Neste ponto, definimos nossa premissa de taxa de pagamento em 32,5% a partir de 2023, até que haja mais visibilidade na política futura”, afirma.
Ele diz ainda que o dividendo de US$ 6,6 bilhões estimado para 2023 é uma mudança marcante em relação aos US$ 42 bilhões em dividendos declarados dos últimos 12 meses, até o terceiro trimestre de 2022, de US$ 23 bilhões, excluindo pagamentos extraordinários.
Também fica aquém da estimativa anterior do Morgan Stanley, que previa US$ 16 bilhões, a 60% do fluxo de caixa. “Dada a natureza binária dos dividendos do quarto trimestre de 2022, assumimos distribuição zero para o último período trimestral – e qualquer anúncio de dividendos no quarto trimestre seria um gatilho positivo”, pontua.