FGV: Economia cresceu 2,9% em 2022, após expansão de 0,2% em dezembro, diz Monitor do PIB

O destaque foi a atividade de outros serviços de alimentação, saúde privada, educação privada, serviços prestados às famílias e às empresas

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

A economia brasileira cresceu 2,9% em 2022, segundo o Monitor do PIB, calculado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre). Apesar desse bom desempenho, a economia foi desacelerando ao longo do ano e, no quarto trimestre retraiu 0,2%.

“O crescimento de 2,9% da economia em 2022 foi influenciado principalmente pelo setor de serviços, que contribuiu com mais de 80% para o bom desempenho da economia. O destaque foi a atividade de outros serviços, que engloba as atividades de alojamento, alimentação, saúde privada, educação privada, serviços prestados às famílias e às empresas. Esta atividade, que foi uma das que haviam apresentado as maiores perdas devido à necessidade de distanciamento social no período da pandemia, impulsionou o PIB de 2022 graças a normalização das atividades sociais e aos estímulos fiscais dados a economia. Apesar deste desempenho positivo, outra característica marcante de 2022 foi a desaceleração do crescimento ao longo do ano. Em consequência dos patamares elevados de juros e de endividamento das famílias o quarto trimestre do ano encerrou com queda”, diz Juliana Trece, coordenadora da pesquisa, em comentário no relatório.

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Na análise trimestral, o Produto Interno Bruto (PIB) calculado pelo FGV Ibre apresentou, na série com ajuste sazonal, retração de 0,2% no quarto trimestre, em comparação ao terceiro trimestre. Na análise interanual, o PIB apresentou crescimento de 1,9% no quarto trimestre de 2022.

Na análise mensal, o PIB apresentou crescimento de 0,2% em dezembro, na comparação com novembro. Na comparação interanual o resultado do PIB de dezembro foi de crescimento de 1,4%.

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O consumo das famílias cresceu 4,0% em 2022, segundo o FGV Ibre. O consumo de serviços foi o principal responsável por esse crescimento. “Como destaque negativo, nota-se que o consumo de duráveis retraiu ao longo do ano. Por serem compostos por bens de maior valor agregado (automóveis, eletrônicos, entre outros), os altos níveis dos juros, de certa forma inibem o consumo desses tipos de bens.”

A formação bruta de capital fixo (FBCF) cresceu 1,1% em 2022 pelos cálculos da FGV. O único componente a retrair em 2022 foi o de máquinas e equipamentos. O desempenho positivo foi devido a construção e ao segmento de outros da FBCF que contribuíram positivamente ao longo de todo o ano.

A exportação de bens e serviços cresceu 6,0% em 2022. Praticamente todos os segmentos contribuíram positivamente para este desempenho, à exceção da extrativa mineral. A FGV destaca a contribuição da exportação de serviços e bens intermediários.

A importação de bens e serviços cresceu 0,9% em 2022. O desempenho positivo dessa atividade é resultado do crescimento da importação de serviços que contribuiu fortemente durante todo o ano. Por outro lado, foram as quedas crescentes da importação de produtos da extrativa mineral que tornaram baixo o crescimento dessa atividade.

Em termos monetários, o FGV Ibre estima que o PIB de 2022, em valores correntes, alcançou a cifra de R$ 9.818.999 milhões, ou R$ 9,82 trilhões.

“O resultado do PIB de 2022 continua a trajetória de retomada do crescimento iniciada em 2017 e interrompida em 2020 devido à pandemia. O PIB de 2022 finalmente ultrapassou o valor do PIB de 2014, até então o maior desde 2001. A valores de 2022, o PIB per capita equivale a R$ 45.706, valor inferior ao de 2010”, diz o monitor.

Já a FBCF em 2022, atingiu seu maior nível após a recessão de 2014-2016, enquanto o consumo das famílias alcançou o maior valor da sua série histórica iniciada em 2001, diz o FGV Ibre.

A valores de 2022, a produtividade da economia foi de R$ 85.105 em 2022. Este resultado é um dos menores da série histórica, inferior a produtividade de 2008. “Cabe destacar que o elevado valor da produtividade registrado em 2020, apesar da retração de 3,3% da economia, é explicado pela redução no emprego ter sido mais acentuada do que a do PIB.”

A taxa de investimento da economia foi de 19,9% em 2022, menor que a de 2021 (20,2%), diz o FGV Ibre.

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