Mário Mesquita, do Itaú: ‘Nível de gasto acima do teto reduz chance de corte da Selic’
Economista-chefe do banco estima cenário com os juros básicos chegando no fim do ano que vem a 13%
O economista-chefe do Itaú Unibanco, Mário Mesquita, disse em entrevista à Bloomberg que a chance de um corte próximo da taxa Selic pode “desaparecer” se o governo eleito instistir num ‘waiver’ (licença para gastar) muito maior do que o estimado pelo mercado.
Mesquita aponta que o “waiver” sinalizado atualmente na texto da PEC da Transição, acima de R$ 175 bilhões, poderia levar a dívida bruta em 2023 para próximo dos 80% do PIB, a inflação para 5,6% e o dólar para R$ 6.
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Além disso, o economista estima os juros básicos chegando no fim do ano que vem a 13% – apenas 0,75 ponto a menos do que o patamar atual. Ele, no entanto, não vislumbra agora um cenário em que o Banco Central tenha que aumentar juros.
À Bloomberg, o especialista do Itaú destacou também que a dúvida do mercado financeiro é se a ampliação dos gastos fora do teto vai ficar restrita a 2023, será delimitada aos próximos quatro anos ou poderá se tornar permanente. Ele destacou ainda a importância de uma sinalização sobre o comprometimento fiscal do país.
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“O Brasil não vai voltar ao teto originalmente proposto, mas também não vai mudar para um regime fiscal de aumento irresponsável do gasto”, disse ao comentar que não vê o teto de gastos completamente removido, mas sim modificado.