Avaliação de Lula no mercado financeiro piora ainda mais, mostra Genial/Quaest

Desempenho reflete, na avaliação da sondagem, a perda de força do ministro Fernando Haddad no governo

O presidente Lula e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se cumprimentam durante entrevista. Foto: Ricardo Stuckert/PR
O presidente Lula e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se cumprimentam durante entrevista. Foto: Ricardo Stuckert/PR

A proporção do mercado financeiro que avalia positivamente o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva caiu 3 pontos porcentuais entre setembro e novembro, de 12% para 9%, enquanto a avaliação negativa subiu 5 pontos porcentuais, de 47% para 52%. No mesmo período, a avaliação regular oscilou 2 pontos, de 41% para 39%. Os dados são de pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta quarta-feira (22).

Os números refletem uma piora na avaliação sobre o desempenho do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Nesta leitura, os que consideram positivo o trabalho do ministro diminuíram de 46% para 43%. Já a avaliação negativa de Haddad aumentou de 23% para 24%. A regular avançou de 31% para 33%, no mesmo período.

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Para 39 entrevistados, a força de Haddad está menor que há dois meses, após a tensão fiscal diante do aumento da pressão dentro do governo pela alteração da meta de déficit zero para 2024, que acabou sendo mantida na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). Ainda segundo a pesquisa, 49 veem força igual e 12, maior que dois meses atrás.

A pesquisa ouviu 100 profissionais de fundos de investimentos sediados em São Paulo e no Rio de Janeiro, entre os dias 16 e 21 de novembro.

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Economia vai melhorar em 2024?

As perspectivas para a economia brasileira nos próximos 12 meses, a depender do que prevê o mercado financeiro, não são das melhores, conforme a quinta edição da pesquisa quantitativa “O que pensa o mercado financeiro”, da Genial/Quaest.

A porcentagem dos profissionais que espera melhora da economia em 12 meses caiu de 36%, no levantamento de setembro, para 21% na pesquisa realizada com 100 gestores, economistas, analistas e tomadores de decisão das maiores casas de investimento do Rio de Janeiro e de São Paulo, entre os dias 16 e 21 de novembro.

Em paralelo a essa diminuição do número de profissionais que espera melhora da economia, os que acreditavam que o cenário se manteria inalterado caiu 6 pontos porcentuais, de 30% em setembro para 24% em novembro.

Mas o dado mais desanimador vem daqueles que esperam piora da economia nos próximos 12 meses porque, na edição anterior da pesquisa Genial Quaest, eles representavam 34% – agora são 55%, uma aceleração de 21 pontos porcentuais.

Para os pesquisadores da Genial Quaest, a razão para essa deterioração no otimismo do mercado é a descrença na política fiscal. “Para 77%, o principal problema que dificulta a melhora da economia é a falta de uma política fiscal que funcione”, afirmam. Os entrevistados, na sua totalidade, descartam a chance de déficit zero em 2024.

Selic em queda, Campos Neto prestigiado

A taxa Selic deverá ser cortada em mais 0,5 ponto porcentual no Comitê de Política Monetária (Copom) de dezembro para 11,75% ao ano. É o que esperam 72% dos gestores, economistas, analistas e tomadores de decisão das maiores casas de investimento do Rio de Janeiro e de São Paulo ouvidos em pesquisa Genial/Quaest.

No mesmo levantamento, 8% dos consultados disseram que a Selic deveria ser cortada para abaixo de 11,75% em dezembro e 20% afirmaram que gostariam que a taxa básica de juros ficasse acima de 11,75% ao ano.

Em relação à atuação do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, desde o começo do ano, 85% dos entrevistados disseram que a consideram positiva. Este foi o mesmo porcentual visto na pesquisa da Geinal/Quaest em setembro. O porcentual dos que veem a atuação do banqueiro central como regular caiu de 9% para 5%, e o dos que a consideram negativa subiu de 6% para 10%.

Ainda segundo a pesquisa, 70% dos entrevistados estão muito preocupados com a indicação do presidente Lula para a presidência do BC. Esse porcentual era de 68% em setembro. Agora, 29% continuam a dizer estar pouco preocupados – estabilidade em relação ao levantamento anterior. Apenas 1% diz não estar nada preocupado com a indicação do próximo presidente do Banco Central.

Os que se mostram preocupados (51%) citaram como motivo de preocupação a possibilidade de ingerência do governo no Banco Central; 32% disseram temer que o próximo banqueiro central venha a não se preocupar com a inflação, e 17% disseram temer um presidente com preferências por expansão fiscal.

Sobre como veem as indicações dos dois novos diretores do BC, 57% acharam positiva a apresentação de Paulo Picchetti para a diretoria de Assuntos Internacionais e 13% viram como positiva a indicação de Rodrigo Teixeira.

Para 35%, a indicação de Picchetti não é nem positiva nem negativa, e para 54% a indicação de Rodrigo Teixeira não é nem positiva nem negativa. Picchetti é negativo para 8% e Teixeira para 33%. Mas 63% acham que os dois vão votar pautados por critérios técnicos e para 37%, sob influência política.

Reforma tributária nota 5,3

Para 74% do mercado, o sistema tributário que está saindo da reforma que se encontra em fase final no Congresso Nacional é melhor que o atual. Outros 12% acreditam que nada vai mudar com a reforma tributária. Já 14% acham que o novo sistema tributário será pior.

A nota média dada à reforma pelos entrevistados foi de 5,3.

A maioria dos entrevistados, 73%, considera que as alterações feitas no texto da reforma pelo Senado pioraram o texto enviado pela Câmara. No sentido oposto, para 27% dos participantes da pesquisa, o Senado melhorou a versão da Câmara.

Em relação a quais propostas tornam a reforma melhor que o sistema tributário atual, 50% disseram que é a simplificação e a transparência. A diminuição da guerra fiscal entre os Estados foi apontada por 26% dos entrevistados; desoneração industrial por 15%; redução da desigualdade por 5%; aumento da arrecadação por 3%, e desoneração tributária por 1%.

Do universo ouvido na pesquisa, 68% acreditam que a reforma tributária será concluída ainda neste ano e 32% não alimentam esta crença.

Com informações do Estadão Conteúdo

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